A coluna desta semana é a reprodução exata do que está publicado na última edição impressa do Jornal Arauto, que circulou no dia 7 de junho de 2024. Agora, seguimos as nossas conversas aqui, no Portal Arauto.
Nem faz tanto tempo assim. No dia 16 de fevereiro deste ano (2024), aqui mesmo neste espaço, a nossa conversa semanal tinha como título “A última vez”, que hoje repito. Naquela oportunidade, eu refletia sobre as tantas vezes que fazemos algo pela última vez e nem nos damos conta. Às vezes, sem se tratar de uma ruptura abrupta, mas consequência da perda de interesse ao longo do tempo. Naturalmente, em algum momento, você deixou de fazer. Citava como exemplo, a última vez que você brincou de boneca (ou de carrinho), que reuniu amigos para jogar bola na rua, a última vez que você subiu em uma árvore ou fez alguma arte, coisa de criança.
A reflexão veio por meio da minha filha, de 9 anos, que ao ser levada para a escola, fantasiada de borboleta, me indagou: “acho que é a última vez, né mãe?”. Última vez do quê?, perguntei. “Eu indo para o turno (integral) vestindo uma fantasia. Porque no ano que vem já estarei no quinto ano e não sei se vou ir no turno e nem se vou querer usar fantasia.” Talvez tenha sido, sim, a última vez.
E por que razão eu relembro disso? Conscientemente, no veículo impresso, no Jornal Arauto, escrevo esta coluna pela última vez. Em setembro de 2015, este espaço começou de maneira despretensiosa, quando eu recém havia voltado da licença-maternidade. Estreava havia pouco como mãe e, a partir de então, também como colunista, com o objetivo de compartilhar vivências, dicas, dividir emoções, ansiedades e aprendizados. Trocar informações. Contar o que deu certo, o que não deu tão certo assim, acompanhar o desenvolvimento infantil sob a ótica de uma mãe que também nascia.
Os textos sempre foram sobre afeto, memórias, comportamentos, tecnologias, relacionamento entre pais e filhos, filhos e avós. Família. Em quase uma década, os textos são o registro do crescimento de mãe e filha, das nossas conquistas e das nossas perdas e como lidamos com isso.
Hoje, encerra-se uma história contada no papel. Percebo que é a minha própria história como mãe que por muitas e muitas vezes compartilhei com vocês, aqui. Considerando que um ano tenha 52 semanas, seguramente são mais de 400 textos. Quando falei para a Amanda da migração do impresso para o digital, ela me pediu que a alertasse quando a última edição estaria no nosso portão. Quer buscá-la comigo, pela última vez, para valorizarmos esta trajetória.
A vida é feita de ciclos e esse é mais um deles. Ao mesmo tempo que saudosa, fico feliz por ter iniciado aqui este desafio, e por ter a oportunidade de continuar me desafiando nesta conversa de mãe, que pode ser interativa. Nos encontramos semanalmente no Portal Arauto, no espaço dedicado aos colunistas. Eu te espero, quem sabe lá pela primeira vez.
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