Conteúdo Patrocinado

7 de junho: um dia de Luta das catadoras e catadores de materiais recicláveis

Publicado em: 07 de junho de 2022 às 11:05 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 20:36
  • Por
    Rafael Henrique da Cunha
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Letícia Dhiel/Grupo Arauto
    compartilhe essa matéria

    Principal obstáculo enfrentado pelas catadoras e catadores é a forma como o lixo sai da casa dos cidadãos santa-cruzenses

    A Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat) é autogerida por 52 catadores e catadoras, profissionais da catação e agentes ambientais. A cooperativa é contratada pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul para atuar na prestação de serviço e também na execução do Programa Municipal de Coleta Seletiva Solidária, com recolhimento dos resíduos recicláveis em 15 bairros da Terra da Oktoberfest.

    O material recolhido na Coleta Seletiva ou entregue no pavilhão da Cooperativa no Centro de Santa Cruz é totalmente reciclado, no entanto, os subgrupos de materiais são separados como forma de agregar valor. Todo processo é feito com controle, excelência e profissionalização. “A maioria das pessoas trata o lixo como lixo, nós tratamos o lixo como luxo, pois dele tiramos muita matéria prima, que é o nosso sustento. Nosso trabalho é feito com muito controle, todo o material que chega até nós é pesado e triado a fim de tirar o maior proveito possível. É um trabalho com muitas dificuldades, mas é gratificante para nós vermos o quanto contribuímos com o meio ambiente”, comenta a catadora Angela Maria Nunes.

    As catadoras e catadores são responsáveis por 90% de tudo que é reciclado no Brasil e realizam os processos mais complexos e caros da reciclagem: a triagem, a classificação, a separação dos resíduos recicláveis, o enfardamento e a destinação ambientalmente adequada à indústria, possibilitando que os resíduos voltem ao ciclo produtivo da reciclagem, mas nem sempre são valorizados e remunerados de acordo com o trabalho, essencial, que desempenham a sociedade e ao meio ambiente. “Começamos em um tempo que as dificuldades eram muito grandes. De autônomos, nos tornamos uma associação e depois passamos a ser uma cooperativa. Fomos mostrando que ser catador é uma profissão tão digna quanto as demais”, esclarece Angela Maria.

    No dia Nacional de Luta das Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis, 7 de junho, o desejo que prevalece é que os catadores possam ser reconhecidos como profissionais; contratados e remunerados de forma justa.

    Colaboração da População

    O principal obstáculo enfrentado pelas catadoras e catadores é a forma como o lixo sai da casa dos cidadãos santa-cruzenses. “As pessoas pensam: porque vou separar o lixo se ele vai para o caminhão, será compactado e depois vai para o aterro. Temos a certeza que adianta. A prova está no volume de matéria prima reciclável que tiramos do que chega até nós todos os dias. A consciência e a cultura de separação das pessoas contribuem e muito com o meia ambiente”, ressalta Angela Maria.

    Outro pedido para os cidadãos é que tenham consciência no momento da separação. “As pessoas tem a consciência de colaborar com o meio ambiente, porém, pecam em alguns quesitos. Tem pessoas que fazem a separação correta, mas na hora de colocar o lixo na rua, para ser recolhido, colocam uma sacola dentro da outra e acabam misturando o lixo reciclável com o orgânico. Isso não é conscientização. É preciso separar o orgânico em uma sacola e os recicláveis em outras. Independente de para onde forem destinados, Usina ou Coleta Seletiva, vão ter um melhor aproveitamento”, corrobora Vera Lúcia Flores da Rosa.