Geral

Especialista analisa construção de estátua de Exu em Santa Cruz

Publicado em: 06 de setembro de 2024 às 11:20
  • Por
    Kássia Machado
  • Foto: Divulgação
    compartilhe essa matéria

    Construção da imagem está dividindo opinião entre a comunidade

    Santa Cruz do Sul vive um momento de debate sobre a construção de uma imagem de Exu, divindade africana cultuada em religiões como o Candomblé e a Umbanda. A ideia inicial era instalar a imagem no entroncamento da RSC-287 com a BR-471. No entanto, em nota divulgada recentemente, a Prefeitura informou que a situação está sendo analisada e discutida com o Conselho Municipal do Povo de Terreiro, que apresentou a demanda aos gestores públicos.

    Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, a advogada e pesquisadora da área, Edoarda Sopelsa Scherer, explicou que, no Brasil, as reivindicações de diferentes comunidades religiosas para ocupar espaços públicos têm crescido. “Isso se reflete na construção de monumentos e no apelo ao turismo religioso. Assim como outros eventos, como as marchas para Jesus e Exu. Outras ramificações também destacam como o debate religioso está interligado às dinâmicas sociais, pedindo que as diferentes comunidades religiosas sejam ouvidas pela população”, relatou.

    Leia também

    Conforme Edoarda, o Rio Grande do Sul possui um grande número de adeptos de comunidades religiosas de matriz africana. “Temos desde a Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Eles estão presentes na comunidade, querendo se organizar, ser ouvidos e respeitados. Essas iniciativas de construção de monumentos nos fazem refletir sobre o que isso representa para a nossa cidade”, salientou.

    Em relação à criação de monumentos, como o proposto em Santa Cruz, Edoarda esclareceu que é necessário entender a legitimação da comunidade em relação à pauta. “Seria preciso uma avaliação para verificar o quanto a população está envolvida com as questões locais, incluindo saúde, educação e outras áreas importantes para o bem-estar comum. Devemos considerar o que essa ideia representa para a cidade. Isso pode refletir um cenário de aprendizado ou abrir caminho para políticas públicas que atendam ao contexto dessas propostas”, descreveu.