após medida protetiva

Questão financeira e ciclo da violência: delegada explica os motivos que levam mulheres a retornarem aos agressores

Publicado em: 06 de abril de 2025 às 18:28
  • Por
    Kássia Machado
  • FOTO: EDUARDO WACHHOLTZ/GRUPO ARAUTO
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    Raquel Schneider esclareceu o tema em entrevista à Arauto News 89,9 FM

    Após sofrerem violência doméstica, muitas mulheres acabam retornando a conviverem com seus agressores. Em alguns casos, a questão financeira é um dos principais motivos. Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, a delegada Raquel Schneider, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Cruz do Sul, falou sobre o acompanhamento dessas ocorrências e esclareceu como são tratados os casos de mulheres que retornam aos seus agressores após medidas protetivas serem solicitadas.

    Foto: Nícolas da Silva/Grupo Arauto

    A Patrulha Maria da Penha realiza visitas periódicas às residências das vítimas para verificar a situação. Conforme a delegada, existem diversos casos em que a mulher retornou ao ambiente em que foi vítima de violência doméstica, no entanto, não comunicou os órgãos competentes. “Muitas vezes a Brigada Militar chega ao local e encontra o casal se relacionando novamente, e ela não tinha nos informado. Se ela pedir medida protetiva e retomar o relacionamento, ela tem que ir até o fórum e desistir do prosseguimento da ação. Aquelas medidas, quando ela volta, quando ela deixa o agressor se aproximar, elas perdem a validade”, explicou.

    Conforme Raquel, além das questões financeiras, muitas mulheres retomam o relacionamento com seus agressores por não terem trabalhado o ciclo da violência. No entanto, a equipe da Deam se coloca sempre disponível para orientar e apoiar as vítimas. “Daqui a pouco ela [mulher] está de novo sofrendo violência, e ela volta a pedir ajuda. Mas também acontece de realmente retomar um relacionamento e seguir de uma forma saudável, é possível. Porém, sempre com esse papel de mostrar para a vítima o caminho, a gente mostra o caminho, se ela vai querer é com ela”, salientou.

    Denúncias

    Em casos de denúncias, a comunidade tem a garantia do anonimato. As notificações podem ser feitas pessoalmente na Deam, pelo telefone (51) 9 8416-4590 (WhatsApp e ligação telefônica) ou pelo 180.

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