Polícia Civil localizou coletes, giroflex, toucas ninjas e roupas
Era passado de 7 horas da manhã quando a movimentação de viaturas da Polícia Civil chamou a atenção de moradores do bairro Senai. E o motivo chamaria mais ainda. Em cumprimento de mandado, agentes da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) com apoio da 2ª DP, procuravam por materiais utilizados por forças de segurança e que estariam na mão de criminosos de uma facção que domina o tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. O resultado confirmou o que a investigação iniciada há três semanas apontava. Entre os itens encontrados em uma residência de classe média próxima ao Centro de Santa Cruz, coletes balísticos, giroflex, rádio comunicadores, bloqueadores de sinais, toucas ninjas e roupas táticas para, no mínimo, 15 pessoas. Tudo novo, com poucos sinais de já terem sido usados.
Todo esse material estava dividido em diferentes peças da residência. O responsável pelo armazenamento: um jovem de 22 anos, insuspeito e sem antecedentes policiais. A situação faz logo vir na lembrança uma ação semelhante realizada em 2017 pela mesma delegacia. No Bairro Avenida, 15 fuzis, 21 pistolas e diversas munições foram apreendidas em uma das ações mais reconhecidas da Polícia Civil gaúcha. Assim como no caso desta quinta-feira, um jovem sem antecedentes armazenava o material para a mesma facção. O universitário de 26 anos, condenado a cinco anos de prisão, recebia R$ 10 mil para esconder o material para os criminosos.
E é justamente a relação do jovem detido nesta quinta com a facção que passará a ser apurada pela polícia. De acordo com o titular da Draco, Marcelo Chiara Teixeira, ainda não é possível dizer se ele recebia algum valor para manter o material guardado. “Ele não estuda, disse que vive de bicos. Temos certeza que a família não tinha conhecimento. Vamos instaurar um inquérito agora para apurar qual a relação ele tinha com a facção criminosa”, destaca.
Ainda conforme o delegado, chama atenção a coincidências das duas ações. “Novamente um jovem insuspeito, novamente uma residência de classe média da cidade. São estratégias usadas pela facção e que fazem com que estejamos cada vez mais atentos. São jovens usados por bandidos que precisam esconder seus arsenais da polícia”, explica.
A partir de agora, uma das ações da investigação será apurar a origem do material apreendido. Se alguns dos itens, dentre eles coletes balísticos oriundos do Paraguai, for roubado ou furtado de forças policiais ou empresas de segurança, o jovem pode responder por receptação.
O que está na mira?
Quando na mão de criminosos, os equipamentos e roupas apreendidos remetem a ação como assaltos e roubos a bancos. Bloqueadores de sinais são normalmente usados por bandidos para impedir rastreamento de veículos quando assaltos são realizados a transportadoras, dentre outras empresas costumeiramente alvos de bandidos. "É um material claramente utilizado em crimes organizados. Agora vamos investigar a origem desse material e o que estaria sendo planejado pela facção", explica Chiara sem dar detalhes a fim de não atrapalhar as investigações.
O esconderijo
Quando chegaram na casa, o jovem logo assumiu estar guardando os rádios comunicadores e as botinas no quarto ocupado por ele. Já os demais itens foram localizados pelos policiais durante as buscas no imóvel. A maior parte estava escondida em sacos plásticos no quiosque, ao lado da piscina. O restante, como coletes balísticos, foram apreendidos no forro da casa. Veja a lista:
| 14 cintos táticos
| oito porta munições
| oito porta algemas
| 22 bornais
| 13 coldres
| 17 camisas
| 25 coletes balísticos
| 14 toucas
| 16 bonés
| seis unidades de giroflex
| três bloqueadores de sinais
| 12 rádio comunicadores
| 12 pares de botinas
| dois celulares
| uma folha de caderno com anotações
Arsenal de armas em 2017
Uma situação parecida no Bairro Avenida, em 2017, resultou na apreensão de 15 fuzis, 21 pistolas e diversas munições. Assim como no caso desta quinta-feira, um jovem sem antecedentes armazenava o material para a facção Os Manos. O universitário de 26 anos, condenado a cinco anos de prisão, recebia R$ 10 mil para esconder o material para os criminosos.
De acordo com o delegado Chiara, chama a atenção a utilização de jovens para este tipo de função. Tanto o responsável pelo armazenamento do material tático, quanto o universitário que escondia os fuzis, são pessoas consideradas insuspeitas, sem antecedentes e que usavam residências de médio padrão como esconderijo.
Relembre: Polícia Civil de Santa Cruz realiza a maior apreensão de armas da história gaúcha
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