Coletiva de imprensa elucida Operação

O coordenador do Gaeco Saúde, João Beltrame e a Promotora de Justiça de Vera Cruz, Maria Fernanda Cassol Moreira, concedem entrevista coletiva de imprensa na Promotoria de Justiça de Santa Cruz do Sul sobre a Operação Fura Fila. Também participam da Operação os Promotores de Justiça, coordenador do Núcleo de Inteligência do Ministério Público e Siscrim/GAECO, Dr. Diego Rosito Vilas, e o capitão Rafael Menezes, comandante da 1º e 2º Companhia do 23º Batalhão da Brigada Militar.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Núcleo Saúde, com o apoio da Polícia Civil e da Brigada Militar cumpriu, na manhã desta terça-feira (5), mandados de afastamento do Vice-Prefeito de Vera Cruz, Alcindo Francisco Iser, dos Secretários Municipais da Saúde, Eliana Maria Giehl,  e do Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Mártin Fernando Nyland, bem como dos vereadores Eduardo Wanilson Martins Viana e Marcelo Rodrigues Carvalho, além de ordens judiciais para a suspensão do exercício da função pública dos assessores parlamentares da Câmara de Vereadores Gelson Fernandes Moura, Guilherme Matheus Oziemblovski e Anselmo Eli Ferreira Júnior, da secretaria Municipal de Saúde, Adriane Mueller, e da diretora-geral da Câmara de Vereadores, Ilse Miguelina Borges Riss.

De acordo com o coordenador do Gaeco Saúde, João Beltrame, a fraude na saúde acontecia por meio da troca de níveis. Pessoas de nível 4 ganhavam nível 1 para conseguir atendimento prioritário. "A Operação teve dois focos. O da saúde e o das obras, com fornecimento de cascalho e outros", explica. Nessa última situação, as  irregularidades aconteciam por meio do aval do vice-prefeito Alcindo Iser e do secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Mártin Fernando Nyland.

Entre os 27 mandados da Operação Fura-Fila, quatro foram cumpridos em locais de trabalho de médicos. Dois deles em Santa Cruz do Sul, um em Vera Cruz e outro em Santa Maria.

Segundo Beltrame, não há como dizer um número certo de pessoas prejudicadas com as fraudes. "Pessoas passaram na frente, em uma semana, de quem estava 904 dias aguardando atendimento na Oncologia. Muitos desistiram do atendimento para buscar particular", conta. De acordo com ele, os documentos que comprovam as fraudes estavam na Câmara de Vereadores e nas casas dos investigados. "O poder judiciário diz agora se eles se tornam inelegíveis", salienta.

A Promotora de Justiça de Vera Cruz, Maria Fernanda Cassol Moreira, destaca: "As pessoas que tinham contato com assessores e parlamentares acabavam, claramente, furando a fila. O que nos assusta e que entristece a comunidade é que a corrupção está presente em grandes centros mas também em municípios pequenos".

Durante a Operação, 50 policiais trabalharam. O capitão Rafael Menezes, comandante da 1º e 2º Companhia do 23º Batalhão da Brigada Militar, destaca a parceria. "Isso tem que continuar", diz.

O coordenador do Gaeco Saúde, João Beltrame, salienta que o prefeito Guido Hoff não está envolvido nos esquemas de fraudes denunciados nesta terça-feira (5). 

Confira a coletiva de imprensa: