Em entrevista ao Grupo Arauto, os coordenadores culturais revelaram as negociações com as bandas
A cada edição, a Oktoberfest dá um passo em relação ao resgate da cultura germânica. Nesta semana, a programação cultural foi oficialmente lançada e surpreendeu a comunidade santa-cruzense, que poderá apreciar mais de mil dançarinos de 40 grupos de danças folclóricas do município, do Estado e até de outros países, além de mais de 30 bandas de baile, que vão se revezar nos palcos do Pórtico e do Pavilhão Central, e bandinhas itinerantes, que espalham a alegria da festa pelo parque.
O Grupo de Danças Sünnros, de Frederico Westphalen, é uma banda de sopros padrão alemão, composta por professores e estudantes universitários. Em entrevista ao Grupo Arauto, os coordenadores culturais Mártin Goldmeyer e Pedro Carlos Thessing revelaram que a banda demonstrou interesse em se apresentar. Após o contato feito pela organização, em dez dias as negociações estavam fechadas.
“É uma banda de uma região que veio a maioria dos nossos antepassados. […] Tem um caráter muito simbólico a vinda dessa banda”, disse Goldmeyer.
O Grupo Ballet Ucraniano Tryzub, da Argentina, é outra equipe que integrará a programação cultural da Festa da Alegria. Conforme explica Martin, eles tentaram se apresentar na festa anteriormente, mas as negociações não foram fechadas. “É um grupo que vem muito feliz, e para nós é muito simbólico também poder ver um grupo típico de danças ucranianas na época que temos todos os conflitos da Ucrânia”, ressaltou.
A preparação da programação cultural, segundo Goldmeyer, é realizada de um ano para o outro. “Na medida em que já há o desafio de se pensar uma temática, o preparativo começa. A partir daí, do foco que se dá dependendo da temática, a gente busca essas alternativas culturais”, explicou.
A inovação é constante, mas os coordenadores apontam a importância de continuar e aprimorar o que já é realizado na festa. “O fato da gente se desafiar a trazer coisas novas é importante, mas a gente não pode esquecer de valorizar aquilo que já é feito e aquelas pessoas que há anos se dedicam, se preparam e tem a Oktoberfest como seus palcos”, disse Martin.
“A gente fala muito da inovação. Para muitos, a inovação é descartar o que é velho, trocar o que existe. Não é. Muitas vezes a gente precisa entender o potencial daquilo que existe e buscar o sentimento. A simplicidade”, complementou Pedro.
De acordo com Thessing, para a festa funcionar é necessário sentimento e respeito. Segundo ele, o trabalho, alinhado com esses pontos, é o que torna a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul a mais cultural do Brasil.“Tudo o que foi feito na Oktoberfest até hoje, para ela chegar ao sucesso que tem, a repercussão, conceito e respeito que ela tem na 39ª edição, tudo o que tem feito no passado tem muito valor. […] Nós respeitamos muito todo o passado, todos que contribuíram e fizeram”, afirmou.
Outro ponto destacado por Thessing é o tradicional Torneio de Eisstock, que contará com delegações da Áustria, Uruguai e Argentina, promovendo a integração de culturas por meio do esporte. Além disso, a organização revelou que estão sendo feitas negociações para que mais um grupo de danças alemãs, que normalmente frequenta a festa, integre a programação cultural da 39ª Oktoberfest.
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