E, se Deus quiser, também estarão vivas no futuro. São diversos grupos em atuação, alguns centenários, e que perpetuam o legado dos imigrantes
Nem só de trabalho viviam os imigrantes germânicos quando chegaram para colonizar a região. Rapidamente se organizaram em grupos e sociedades para unir e congregar os moradores em momentos de lazer, como as danças, a cultura e prática esportiva, assim como serviam de amparo em momentos de dificuldade. As sociedades de damas, clubes de tiro, bolão, grupos de teatro, sociedades de canto, orquestras são exemplos disso e estavam presentes não só apenas Villa Thereza, hoje Vera Cruz, mas em toda região.
Ainda hoje, muitas estão vivas, com programações periódicas, mantendo seus bailes, seus jogos de bolão de mesa, de cordas, suas formas de integração em comunidade. Na Capital das Gincanas, a mais antiga das sociedades, a Victória Thereza, fundada em 9 de janeiro de 1909, segue seu legado. Em Santa Cruz, uma linda mostra dessa herança cultural foi apresentada no último domingo, coma escolha das Soberanas da Oktoberfest. As candidatas exibiram no desfile coletivo 15 bandeiras de Sociedades de Damas e Cavalheiros, incluindo uma com 120 anos de história. E farão um belo encontro durante a Festa da Alegria, com 70 grupos da região.
Pois as Sociedades também deixam história em forma de objetos no museu. Em Vera Cruz, na Casa de Cultura, por exemplo, é possível encontrar algumas peças, como a coroa pertencente a uma Rainha de Sociedade de Damas. Medalhas de Sociedades de Cavalheiros, datadas de 1926 e 1927, também podem ser visualizadas. Neste 2024, quando celebramos o bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul, é muito salutar valorizar quem preserva a nossa cultura no cotidiano. Vive ela. Cabe driblar o desafio de perpetuá-la para as novas gerações.
