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    Maiquel Thessing
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    Floricultura Kativa encerra atividades após 27 anos em Santa Cruz

    Publicado em: 05 de abril de 2021 às 14:24 Atualizado em: 01 de março de 2024 às 15:53
    Foto: Maiquel Thessing/Grupo Arauto
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    Proprietário Julci Limberger relembra trajetória de sucesso e momentos marcantes da empresa na cidade

    Cativar. Despertar um sentimento de carinho além de receber flores. Esse é o legado que a Floricultura Kativa deixa aos santa-cruzenses. Após 27 anos de uma trajetória marcada pelo sucesso e bons frutos, a empresa – localizada na Avenida Independência – decidiu encerrar as atividades. O comunicado foi feito à comunidade através das redes sociais, na noite deste domingo (4).

    E foi em um espaço pequeno, em frente ao prédio atual, onde tudo começou. Ao lado da ex-companheira Vera e dos filhos Felipe e Henrique, Julci Limberger abria as portas da Floricultura Kativa. Três meses após, o local passou a oferecer serviços além da venda de flores. “Começamos a trabalhar com eventos, na sequencia, fizemos o paisagismo na loja e o pessoal bastante ficou interessado, aí iniciamos com esse serviço também e assim fomos crescendo, de forma gradativa”, relembra o empresário.

    Com essa expansão, Julci foi à busca de um novo local para abrigar a empresa e, por já visualizar com bons olhos o prédio defronte a floricultura, entrou em contato com o proprietário, que autorizou a ocupação. Sem muito dinheiro mas com muita vontade de fazer acontecer, Julci trabalhou na obra por muitos finais de semana e organizou mutirões para conseguir finalizar a reforma do prédio e, após 10 anos, a Floricultura Kativa ganhava uma cara nova.

    O limite entre lutar, perder e recriar

    Primeiro a parar e, muito provalvelmente, o último a retormar, o setor dos eventos foi um dos mais prejudicados com a pandemia. Carro forte da Floricultura Kativa, o proprietário teve que se reinventar para dar sequencia aos trabalhos, mesmo em meio às restrições impostas. "Recriamos a loja. Lançamos a assinatura floral, que levava flores nas residências, fizemos o ramalhete de portas que também foi um sucesso, conseguimos colocar para as pessoas a importância de termos flores em casa. Nossas vendas mensais foram incrível, foi uma alternativa que deu muito certo", destaca.

    No entanto, mesmo com as vendas mensais alavancadas, ainda faltava algo. E quando se planejava alcançar mais, os objetivos acabaram frustrados pela força da natureza. As duas fortes enxurradas que atingiram Santa Cruz em menos de um mês, também foram o estopim para a decisão de Julci. "Nós já tínhamos sido atingidos pela chuva, mas sempre em pequenas proporções, tanto que nós usávamos como estoque um porão, onde a água nunca havia chegado e dessa vez, ela chegou. Estávamos planejando uma nova etapa por aqui mas a chuva nos tirou essa certeza por duas vezes. Então comecei a pensar: Porque eu preciso lutar, perder e recriar? Quem disse que eu preciso lutar?. Por isso, duas semanas após a enxurrada, decidimos que encerraríamos as atividades", conta o empresário, que deixou os funcionários surpresos com a notícia.

    Dentre os inúmeros momentos que a Kativa proporcionou a comunidade santa-cruzense, Julci relembra de dois em especial. "Todas os eventos surpresas que fizemos, casamentos, 15 anos, bodas, pedidos de noivados. E também os ensinamentos que passei ao longo da trajetória. Muitos floristas, que hoje abriram suas empresas, me procuram para agradecer", complementa. Após, de fato encerrar as atividades na empresa – que está com promoção de produtos com até 50% de desconto -, Julci pretende seguir no ramo, mas atuando como paisagista, profissão que muito admira.