Desfile ocorre no próximo sábado, na Rua Galvão Costa
A escola de samba Imperadores do Ritmo se prepara para levar à Rua Galvão Costa o enredo Exú no desfile de Carnaval de Santa Cruz do Sul, no próximo sábado (8). Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o presidente e fundador da escola, Edinei Martins, afirmou que a agremiação promete um espetáculo que une ancestralidade, fé e denúncia contra a intolerância religiosa.
Fundada em 14 de março de 2005, escola celebra 20 anos de história, marcados por cinco vice-campeonatos. Segundo Martins, a trajetória da agremiação reflete um processo de resistência e luta contra o preconceito, enfrentado por promover a cultura afro-brasileira em uma cidade onde, segundo ele, a intolerância é presente. “Esses vice-campeonatos eu tenho como título, porque fazer carnaval do jeito que a gente faz, em uma cidade, eu não vou generalizar, mas extremamente preconceituosa, onde tocar uma guitarra está tudo certo, mas se tocar um tamborim chega a polícia. A gente tem que denunciar isso também. São 20 anos que a gente galgou um espaço de luta e de resistência. Eu sempre digo, a gente resiste para poder existir”, disse.
O desfile de 2025 será composto por 11 alas, um carro alegórico e três tripés, com 250 participantes. O ponto alto será a comissão de frente, que levará toda a energia ancestral de Exú, o “Abre Alas”, um carro ousado e surpreendente, e o tripé, que leva a figura de Zé Pilintra, considerado o protetor da escola. “Na própria letra do samba diz ‘Ô seu Zé, firma ponto, eu quero ver. És o rei da malandragem, faz meu sonho acontecer.’ A gente está aclamando ele por ser nosso protetor, que nos ajude a realizar o nosso sonho, que é, de fato, ser campeão. A gente faz essa brincadeira no samba e traz pra finalizar o desfile”, revelou.
Além de celebrar a ancestralidade e a fé, a Imperadores do Ritmo utilizará seu desfile para protestar contra a intolerância religiosa, destacando a Marcha para Exú, um evento anual realizado em São Paulo, que denuncia a discriminação contra as religiões de matriz africana. “A gente quer falar para a sociedade que Exú não é o diabo. Nós queremos falar para o pessoal parar de ser intolerante. A gente está falando dessa entidade maravilhosa, denunciando também as coisas que acontecem na rua. […] Eu acho que a gente não precisa ser o que o outro é, basta a gente tolerar o que ele escolheu para a vida dele”, apontou.
Notícias relacionadas

Imperatriz do Sol vai levar a força de Xangô para a Galvão Costa
Escola de samba mais antiga de Santa Cruz do Sul será a primeira a desfilar no dia 8 de março

Venâncio Aires recebe o Campeonato Brasileiro de Patinação Artística a partir desta quinta-feira
Evento segue até o dia 18 de março

Embaixadores do Ritmo é campeã do Carnaval de Rio Pardo
Os Candangos ficaram com a segunda colocação, enquanto a Realeza da Vila conquistou o terceiro lugar

Cerca de 20 mil pessoas foram à Rua Grande durante os três dias de programação de Carnaval
Comunidade prestigiou os desfiles das escolas de samba e atrações musicais