Covid 19

Na Itália, santa-cruzense relata retomada da rotina após pico da pandemia

Publicado em: 04 de junho de 2020 às 07:09 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 12:06
  • Por
    Kethlin Nadine Meurer
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Divulgação
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    De março até este mês de junho diversas regras mudaram nos países

    Em pouco tempo, o coronavírus se espalhou por todo o mundo e fez milhares de vítimas. Enquanto em alguns países a situação aos poucos se estabiliza, nenhum canto do mundo está totalmente livre da doença que ainda não tem uma vacina.

    Até esta segunda-feira, por exemplo, a Itália já registrou 33.964 mortes por Covid-19, enquanto os Estados Unidos já tem 112.522 óbitos devido à doença. São nesses países que vivem os santa-cruzenses Iana Knak, 38 anos, que é advogada e mora há sete anos na Itália, e Orlando Norberto Kessler, empresário, de 80 anos, que mora há 21 anos com a família nos Estados Unidos. A reportagem do Portal Arauto conversou com os dois no início de março e desde lá a realidade desses países mudou. 

    Na Itália, Iana conta que o número de casos de contágio começou a crescer radicalmente na primeira semana do mês de março e que chegou a trabalhar durantre oito semanas de casa: "O processo de fechamento foi progressivo e nossas liberdades reduzidas quase que diariamente. Atingimos o ponto máximo de lockdown aproximadamente uma semana após seu início".  Na época, os moradores eram obrigados a permancer somente dentro dos limites das próprias residências.

    No início de março, apenas empreendimentos relacionados ao ramo da alimentação e saúde, como farmácias e hospitais, ficavam abertos. "Ainda assim, os negócios alimentares e farmácias não funcionavam todos diariamente ou horário normal. Para irmos ao supermercado ou farmácia, somente com uma declaração escrita no modelo fornecido pelo Governo, informando local de partença, para onde iríamos e retorno. E o mais importante, tudo limitado ao acesso dentro da nossa comunidade", relata. Ela também ressalta que o acesso a supermercados, farmácias e hospital, por exemplo, até hoje apenas é possível com a entrada de duas ou três pessoas por vez de acordo com o tamanho do local. 

    De março até hoje a situação começou a ser controlada em Vêneto, região do nordeste da Itália e local onde Iana reside. Tanto que nas últimas semanas os moradores passaram a ter o direito de caminhar 200 metros fora de suas propriedades, sempre com o uso da máscara e posse da declaração. "Outra opção que tínhamos eram as ordens online ou por telefone com entrega em casa. Isso funcionou muito bem. Desde o dia 4 de maio alguns serviços começaram a ser reabertos, progressivamente", relata sobre as mudanças. 

    Nesta quinta-feira (4), na Itália ainda não há confirmação se as escolas retomarão as atividades após o verão. Além disso, em Vêneto já é possível praticar algum esporte ao ar livre sem uso de máscara e é permitido ir ao trabalho desde que a empresa possa prover as medidas de segurança que são fornecer máscaras, higienização de acordo com os regulamentos e garantir a distância de segurança. Restaurantes, bares e salões de estética e beleza foram abertos na semana passada, mas todos os locais devem medir a temperatura de cada pessoa antes do acesso.

    No caso das academias e piscinas, abertas também da semana passada, funcionam mediante agendamento. "A polícia e a vigilância sanitária ainda estão fazendo um controle muito rigoroso. A Itália foi mapeada por número de casos e cada Governo Estadual tomou ações de acordo com a gravidade da sua situação. Até o dia 1 de junho ainda precisávamos usar luvas e máscaras em locais abertos. Essa regra foi substuída pelo uso da máscara em ambientes internos, mas constante higienização", esclarece. 

     Quero viver muitos anos, então a saúde sem dúvidas é a minha prioridade número 1. Fico triste ao ver que o egoísmo ainda impera em muitas pessoas que não aceitam, de forma alguma, seguir regras. Então resta a pergunta: é realmente tao dificil assim exercer um pouco de caridade? Afinal, se todos agirmos e pensarmos juntos, humanamente, tudo isso passará mais rapidamente.

    – Iana Knak, moradora da Itália há 7 anos

    ESTADOS UNIDOS

    Com 80 anos, Orlando Norberto Kessler tem no período de pandemia cuidados redobrados com a saúde, até porque, além da idade, é diabético. Ele conta que nos Estados Unidos a quarentena é registrada desde o dia 15 de março. Os aeroportos, por exemplo, estão com poucos voos. Mas assim como na Itália, alguns serviços ao poucos voltaram a funcionar. "Aos poucos as cidades grandes começam abrir alguns estabelecimentos comerciais. Eu quase não saio de casa e as notícias acompanho pela televisão", relata. 

    Para preservar ainda mais a saúde, Kessler destaca que apenas a esposa sai de casa quando é necessário para que ir ao supermercado ou na farmácia.Na opinião dele, houve uma melhora na situação do país em comparação ao início de março: "As coisas estão melhores. Os navios continuam chegando normalmente com cargas, é claro".

    Quanto ao uso de máscaras, tem sido obrigatório e a entrada nos supermercados é permitida apenas a cada duas pessoas: "Segundo minha esposa que sai mais, todos usam máscaras. Esse aeroporto localizado a cinco minutos de onde eu moro, chamado de Aeroporto de Newark, operava 800 voos por dia. Agora deve estar operando internamente".