Escritório local da Emater acompanha a situação e projeta os impactos econômicos
Com a chuva abaixo da média, a agricultura de Venâncio Aires começa a sentir os efeitos da estiagem. O cenário da seca, que ocorreu em 2022 e 2023, volta a se repetir após um 2024 marcado pelas enchentes do mês de maio. Na Capital Nacional do Chimarrão, o escritório local da Emater-RS/Ascar acompanha a situação e já projeta os impactos econômicos nesta safra.
Conforme o responsável, Vicente Finn, é preciso analisar as culturas separadamente e compreender o tempo de plantio e colheita. Com relação ao tabaco, por exemplo, ele explica que a perda é mínima, porque a grande e massiva área já estava no final da colheita e com boa qualidade. “A perda, então, foi muito pequena, graças a Deus. Faltava 20% para ser colhido quando começou essa estiagem, então já está bem adiantado”, reforça.
Outra cultura que não registrou grandes perdas é o arroz. Finn destaca que como houve chuvas nas cabeceiras e retomada do volume no Arroio Castelhano e no Taquari Mirim, foi possível que os produtores levassem água para dentro dos quadros em quantidade suficiente para manter até o fim da produção. De acordo com o chefe do escritório da Emater em Venâncio Aires, o milho foi colhido e com safra cheia.
“O safra praticamente não teve perda, pelo contrário, foi uma ótima produção. Há uns 800 hectares, que é intermediário, que estava entre flor e enchimento de grão, que teve perdas significativas nestes últimos dias. Talvez uns 850, 860 hectares, é até difícil precisar, vão ter uma perda de 50%. O problema está nesses 50% da área toda, que está agora no estado vegetativo e não estabelecimento, e é isso que causa a preocupação”, detalha. Caso não chova de forma considerável nas próximas semanas, a tendência, segundo Finn, é que a situação se agrave.
Com relação a soja, Vicente Finn ressalta que as perdas estão se intensificando cada vez mais. O produto ainda está em processo de granação, floração e deposição de grãos. Há uns 15 dias, conforme relatório da Emater de Venâncio Aires, as perdas já eram estimadas em 200 quilos por hectare. “Hoje, talvez, ainda havendo chuvas boas, se atinge 3 mil ou 3.200 mil [quilos de colheita]. Mas se continuar mais quatro ou cinco dias sem chuvas, já baixa para, no máximo, 3 mil quilos.”
Até o momento, Venâncio Aires registra as maiores perdas no milho intermediário, aquele que está se estabelecendo e que está para ser plantado em alguns pontos, e na soja. Na avaliação do chefe do escritório local da Emater, a soja poderá ser a cultura mais prejudicada caso a estiagem permaneça no Rio Grande do Sul.
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