No 17 de outubro de 2006 Lisane Borré recebeu a notícia da morte do filho
“Para ele, a vida era uma brincadeira, não tinha tempo ruim.” “Ele me fez largar tudo o que estava fazendo para fazer cafuné, que ele adorava.” “Ele estava muito feliz, numa fase ótima da vida.” “Todo dia tem que ter motivo para festejar, mãe.” “Quando pintei a casa de amarelo e branco, ele elogiou: disse que simbolizava sol e paz.” As lembranças de Lisane Borré são o tesouro que ela guarda no coração, porque há 11 anos, seu filho mais velho, Tiago, partiu precocemente, depois de sofrer um acidente de carro, em Venâncio Aires.
Era madrugada do dia 17 de outubro de 2006 quando Lisane relutava em atender o telefone que traria a mais triste notícia de sua vida. Contrariando a ordem natural, a mãe precisara enterrar um filho. Mas esta reportagem, que começa triste, dolorosa, não vai terminar assim. A passagem de Tiago é carregada de lições. De amizades verdadeiras, de companheirismo, de amor incondicional. E de celebrar a vida, sempre.
SINAIS
Lisane costumava aproveitar os feriados em Porto Ferreira e retornava sempre aos domingos à tardinha ou segunda de manhã. Pois naquele feriadão do Dia da Criança, Tiago viria de Venâncio, onde estava morando e trabalhando, para Vera Cruz. No sábado, já no Porto Ferreira, Lisane estava com uma sensação ruim, estranha, diferente. Decidiu voltar para casa, para almoçar na companhia do filho. Massa com frango, lembra ela.
O elogio do filho quanto à reforma da casa e as cores escolhidas foi naquele fim de semana, o último. “Ele elogiava e dizia que era um lugar lindo para morar. Como se soubesse que também iria para um lugar assim”, recorda. Foi naquele sábado que a mãe ganhou o abraço apertado e carinhoso de Tiago. Mas sem despedidas.
Na segunda-feira que antecedeu a tragédia, Lisane passou o dia inteiro com uma sensação diferente, inexplicável até então. Foi depois de tudo acontecer que os pequenos sinais foram fazendo sentido. Até mesmo o livro que ganhara de presente de aniversário do filho: Nada é por acaso, de Zíbia Gasparetto, aparentemente sem relação com os gostos que o filho nutria por literatura. “Ele sempre foi muito questionador. Nos últimos meses notei que ele estava lendo a Bíblia.”
A NOTÍCIA INDESEJADA
Sem cinto de segurança e em alta velocidade, Tiago perdeu o controle do seu carro, no centro de Venâncio Aires, e colidiu contra uma árvore, um poste de concreto e a parede de um prédio, noticiou o jornal, na época. Ele foi arremessado para fora do veículo. Quando a enfermeira, no telefone, avisou Lisane de um acidente grave, pediu que fosse lá no hospital tranquila, mas que não fosse sozinha. De forma indireta, a notícia estava dada.
O corredor parecia nunca ter fim até Lisane chegar à maca onde estava seu filho, já sem vida. Apesar de apresentar múltiplas fraturas, conta ela, sabia que com a violência do choque, ele não sofrera. O semblante, pelo contrário, era feliz.
A reportagem completa está na edição desta sexta-feira do Jornal Arauto.
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