Campanha “Pelos Olhos do Lorenzo” pretende arrecadar R$ 200 mil para a realização de um procedimento na Tailândia
Uma família que mora em Santa Cruz do Sul está realizando uma campanha para custear o tratamento de visão do filho, um bebê de seis meses. “Pelos Olhos do Lorenzo” pretende arrecadar R$ 200 mil para a realização de um tratamento na Tailândia, para o menino que foi diagnosticado com hipoplasia bilateral do nervo óptico.
A campanha é organizada pelos pais do bebê, Maikielle Machado dos Passos e Wellingthon Medina Rech. Segundo os pais, Lorenzo não consegue ver luzes, cores e nem identificar o que acontece na frente dele e único tratamento disponível é feito com células tronco. Em entrevista ao programa Rádio Revista, da Arauto News, Maikielle relembrou o surgimento da suspeita em casa ao notar que o olhar do filho não se fixava nos objetos e pessoas ao redor. “Quando ele tinha mais ou menos dois meses e meio pra três, eu comecei a ficar bem preocupada porque ele não olhava pra nós, ele não olhava quando amamentava. Ele sempre olhava ao redor, e isso foi me preocupando. Aos quatro meses na consulta dele, que a gente faz mensalmente, eu comentei e já tinha notado que ele tem tremor involuntário dos olhos”, explica a mãe.
Após comentar com a pediatra sobre as preocupações, a família foi encaminhada para exames. Antes da realização, no entanto, a mãe notou uma mancha branca no olho da criança, que foi encaminhada para tomografia para descartar a possibilidade de algum tumor. Lorenzo foi levado com urgência ao oftalmologista que fez o diagnóstico de hipoplasia bilateral do nervo óptico.
Uma ressonância também comprovou a condição, onde o nervo que entrega as informações dos olhos para o cérebro é muito curto. “A hipoplasia causa baixa visão. Como ele é um bebezinho de seis meses, a gente não tem como saber com certeza o que ele enxerga. Mas na nossa última consulta agora com seis meses, o oftalmo falou pra nós que ele enxerga muito pouquinho. Ele não procura luz, né? Ele fez alguns testes lá e assim ele não respondeu a nada. Eu acredito que ele até tem a percepção de luz, porque quando a gente coloca um flash eu vejo que ele se incomoda, assim. Mas eu acho que ele não sabe de onde vem, talvez. A gente acredita que ele tem a visão de vultos”, considera a mãe.
A primeira orientação médica foi de fisioterapia ocular para o bebê, que completa sete meses na semana que vem. Por ser uma condição rara, a mãe explica que há poucas informações a respeito, até mesmo na internet. Uma das possibilidades encontradas pela família foi um hospital na Tailândia. Após conversar com mães de outras crianças com hipoplasia que passaram pelo tratamento no local e tirar suas dúvidas, ela considerou a chance uma luz no fim do túnel.
A mãe de Lorenzo explica como foi o aceite pelo hospital na Ásia e como será feito o tratamento no país. “A gente se inscreveu, preenchemos um longo formulário, e mandamos pra eles. Semana passada, então, a gente teve o retorno sendo aceito. Tu tem que ser aceito pra conseguir fazer o tratamento. Se eles veem que é uma causa que pode não ter um resultado positivo, eles não aceitam para tratamento, e graças a Deus a gente conseguiu. Daí, num dia a gente foi aceito, no outro eu já lancei a campanha”, destacou. O tratamento é através de células-tronco. Na Tailândia há um banco de células-tronco que é retirado de cordões umbilicais, e sem a necessidade de compatibilidade, porque traz resultados nesses casos, será aplicado diretamente no olho, comenta Maikielle.
A partir de agora, Lorenzo deve passar por diversos exames e precisa ter completado um ano para fazer o procedimento. A família tem até um ano para arrecadar o valor total de R$ 200 mil, que ainda pode variar pelo preço do tratamento ser em dólar. Nessa segunda, a campanha já tinha arrecadado cerca de R$ 70 mil.
As doações podem ser feitas por pix pelo e-mail email [email protected] e mais informações podem ser obtidas através do instagram da mãe de Lorenzo, na conta @maikielle_machado. A campanha tem também troco solidário em Santa Maria, terra natal da mãe, e ações em Sobradinho onde o casal residia antes. Um pedágio solidário e venda de rifas também devem fazer parte das ações para arrecadar valores para a campanha.
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