Ivânio Luis Hoff atuou por mais de 40 anos como servidor público municipal, em diversas funções
Cunhado na humildade e dedicação, com uma história que se confunde com o Poder Executivo vera-cruzense, Ivânio Luis Hoff atuou por mais de 40 anos como servidor público municipal, em diversas funções. Além da Prefeitura, teve ainda passagens pela Câmara de Vereadores e pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Mesmo assumindo a função de secretário municipal, é no anonimato que ganha destaque. Apaixonado por Vera Cruz, lembra que nos quase cinco anos que morou em Porto Alegre, não havia um final de semana sequer que não voltasse para cá. “Mesmo trabalhando em Porto Alegre, nunca me desvinculei da Prefeitura. Na Famurs tive um trabalho bastante técnico. Teve um período bastante difícil, mas houve um crescimento da entidade, uma melhora na estrutura. Quando cheguei lá havia uma grande parte dos municípios que não era ligada à Famurs. Minha permanência se deu em função da isenção, inclusive política. Passaram vários prefeitos, de diversos partidos e meu trabalho sempre foi técnico. Voltei a pedido da prefeita Rosane Petry, porque ela disse que precisava que eu voltasse. Isso foi bastante gratificante. No retorno trabalhei em cima de leis, para o Município. O Programa Protetor das Águas, por exemplo, que ajudei a desenvolver parte da legislação, foi referência para muitos municípios, assim como outros. Isso é um trabalho que me deixa gratificado”, destaca.
Hoff tem entre as principais qualidades, destacada pelos próprios prefeitos com os quais atuou, a organização, a competência e a confiança. “O passar dos anos fez com que eu fosse considerado neste sentido. Procurei me dedicar sempre ao trabalho que me era confiado. Procurando sempre falar no interesse público, que resultasse para a comunidade algo que retribuísse ao Município. Sempre procurei fazer da melhor maneira possível, independente de quem solicitasse, trabalhando pelo interesse da coletividade”, conta Ivânio que ainda atribui ao respeito a chave do bom relacionamento com os líderes e colegas de trabalho. “Sempre muito respeito pela posição de cada um. Procurei desempenhar meu trabalho de forma a produzir para o município em retribuição à remuneração que eu recebia. Isso independente de questões políticas, esportivas e afins”, explica.
Ivânio viu e viveu a evolução de Vera Cruz com o passar dos anos. Apesar de estar diferente em alguns aspectos, ele conta que o povo segue com a mesma essência. “Era uma comunidade menor, eu passava de casa em casa entregando o jornal Correio do Povo e quando não vinha de Porto Alegre eu passava de casa em casa para dizer que não havia vindo. Este sentimento de pequena comunidade é que modificou. Vejo Vera Cruz hoje com mais impessoalidade. Eu guardava na memória a fisionomia de cada morador de cada casa, pensando de rua em rua, e hoje isso não é mais possível. Vejo que a população de Vera Cruz tem aquele espírito coletivo de fazer com que a cidade fique forte e prospere”, salienta.
Vera Cruz, não só no cuidado com os mananciais, mas também em outras questões é exemplo para outros municípios. “Há poucos dias uma pessoa me perguntou quando estávamos chegando a Vera Cruz pela Ernesto Wild: quem plantou isso aqui? Eu comecei a rir porque foi uma iniciativa na época em que não havia esta preocupação. Plantaram-se as árvores nas laterais da via, e elas se desenvolveram, ficaram frondosas e começaram a ser usadas até como caminhódromo. Esse acesso deu ideia e outras cidades começaram a nos perguntar como foi, pois tínhamos questões como licenciamento e Daer, por exemplo. Depois foi feito em Ferraz, no Bom Jesus e em outros municípios. Fico gratificado pois pude, naquela época, contribuir”, conta.
O servidor, agora aposentado, lembra como foi o início no funcionalismo. “Em 25 de maio de 1979 comecei a trabalhar na Prefeitura. Quando comecei, tudo era mais precário. Antes de sair, um servidor me trouxe um livrão onde eu anotava o que cada contribuinte pagava e isso me fez lembrar de como eram as coisas. Inclusive em equipamentos e máquinas, por exemplo, quando eu comecei na Prefeitura trabalhava no cadastro, e tudo era manual. Não tinha como fazer informatizado. A redação de certidões e documentos era tudo feito na máquina de escrever. Todo trabalho era mais braçal. Também no carregamento de cascalho, por exemplo, era tudo na pá”, recorda.
Quando perguntado se pensou em desistir, Ivânio comparou as dificuldades enfrentadas a fardos. “Teve os mais pesados e os mais leves. O fardo mais pesado que tive que carregar foi quando fui Secretário de Obras. A demanda era muito maior do que a condição de atender, havia carência de máquinas e situações que havia a solicitação do município em ajudar. Não havia estrutura como é hoje. No entanto, teve coisas gratificantes, como o asfalto de Ferraz, que foi feito naquela época, foram construídas pontes, uma série de trabalhos a recordar”, conta.
Ivânio Hoff também deixou uma mensagem aos vera-cruzenses. “Vejo que a principal qualidade de Vera Cruz está em seu povo. População ordeira, trabalhadora, que quer construir e edificar a vida aqui. O conjunto faz com que Vera Cruz seja especial. Pode não ter grandes empresas, mas tem muita coisa boa construída pelo povo daqui. A construção de uma cidade se dá pelo idealismo do seu povo”, conclui.
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