Envolvimento de Wally Dummer nas atividades comunitárias em Vera Cruz foi muito além das causas sociais
Falar de Wally Dummer é citar a Liga Feminina de Combate ao Câncer. É lembrar-se das atuações na Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) e no Grupo de Idosos da Comunidade Evangélica. Foram décadas de dedicação a entidades e grupos que sempre visaram cuidar e estender a mão ao próximo – o que hoje faz dela uma das protagonistas na história de Vera Cruz quando o assunto é fazer a diferença na comunidade.
Os trabalhos sociais ganharam espaço na vida de Wally quando deixou o trabalho junto à Indústria de Bebidas Celina, após 30 anos na empresa – onde começou cortando selos, depois passou para o caixa e finalizou atuando na contabilidade. “Assim que saí, pensei: agora vou fazer tudo o que eu não pude fazer pela comunidade enquanto trabalhava”, recorda.
Com essa missão, Wally rapidamente tornou-se secretária da Comunidade Evangélica de Vera Cruz – a primeira a assumir o cargo -, e junto à Igreja veio o envolvimento com a OASE. Foram mais de 15 anos de participação no grupo como tesoureira – onde empregou a experiência adquirida no departamento de contabilidade da Celina -, tendo assumido também o cargo de presidente. “Nossa missão era ajudar as pessoas com roupas, alimentos ou o que mais necessitassem. Todo fim de ano, por exemplo, muitas crianças não tinham o que vestir para a celebração da Confirmação. Então, a gente tirava o dinheiro do caixa e comprava um vestidinho branco para as meninas e uma roupinha bonita para os meninos. Era algo muito gratificante”, cita a voluntária, hoje com 83 anos.
O trabalho na OASE era feito em conjunto com o pastor e a diretoria da comunidade, envolvendo reuniões semanais – onde, em grupo, identificavam as famílias que precisavam de algum tipo de ajuda e planejavam como o auxílio chegaria até elas – e a organização de atividades para arrecadar fundos, tais como jantares, almoços e rifas. “Nunca se trabalhava para deixar o dinheiro parado em caixa. A gente tinha o dinheiro para o gasto, para ajudar quem precisasse naquele momento”, frisa.
Também na Comunidade Evangélica, Wally participou da fundação do Grupo de Idosos, período que recorda com muito carinho. “Foi maravilhoso. Fizemos muitas coisas legais, como quando entre alguns idosos organizamos todo aquele canteiro que fica entre a Igreja Evangélica e o cemitério, que estava uma bagunça”, rememora.
Auxílio aos Pacientes de Câncer
Capítulo importante desta história de doação e comprometimento com as causas sociais também é contado através da Liga Feminina de Combate ao Câncer, da qual foi uma das fundadoras, em outubro de 1993. “Na época, ficamos sabendo que tinha muitos doentes de câncer no município e que eles precisavam de ajuda. Algumas pessoas eram associadas à Liga de Santa Cruz do Sul, mas eu e outras mulheres do Centro queríamos fazer o nosso grupo, para estar mais perto da comunidade. Então, participamos de algumas reuniões com o grupo de Santa Cruz para entender um pouco mais sobre o trabalho e começamos nossas atividades”, conta, ao enfatizar o orgulho que sente pelo crescimento da entidade ao longo dos anos.
Antes de conquistar sala própria junto ao Hospital Vera Cruz, Wally – que mais uma vez assumira o cargo de tesoureira, onde permaneceu por 20 anos – relembra que era em sua casa que os pacientes atendidos pela Liga retiravam o auxílio para custear a compra de medicamentos, inicialmente, e depois para ajudar a pagar também consultas e internações hospitalares. A arrecadação acontecia através de mensalidade paga pelas sócias – forma que se faz até hoje -, bem como a partir de doações em dinheiro repassadas pela comunidade. “Depois nos habilitamos ao Programa Nota Fiscal Gaúcha e tínhamos que acordar às quatro horas da manhã para digitar as notas. Era um trabalho muito grande, inicialmente feito na máquina de escrever e, mais tarde, no computador”, revela a experiente tesoureira.
Para Wally, mais do que feliz por doar seu tempo a quem mais precisa, essas atividades sempre a fizeram se sentir parte de algo maior, de um grupo, de uma família. “Era muito importante pra mim estar envolvida, principalmente porque fiquei por muito tempo sozinha, pois meu pai, Helmuth Emilio Dummer, faleceu em 1977, e minha madrasta, Antônia Regina Schneider, em 1984 [a mãe, Vanda Petry, falecera quando Wally tinha apenas três anos]”, salienta.
Uma Apaixonada Pelas Atividades Comunitárias
O envolvimento de Wally Dummer nas atividades comunitárias em Vera Cruz foi muito além das causas sociais. Também era amante do canto, do cultivo de flores e do esporte. Na Igreja Evangélica, além da OASE e do Grupo de Idosos, soltou a voz no grupo de coral, participando, inclusive, da fusão com os coralistas da Comunidade Católica, movimento que deu origem ao Coral Municipal. “A gente se apresentava em muitos lugares, levando sempre o nome e a cultura de Vera Cruz para onde fossemos. Fiquei por seis anos no coral até que casei [com Dieter Fertsch, que faleceu recentemente], em 1996, e minha vida mudou um pouco”, recorda-se a coralista.
Apaixonada também pelas flores, Wally foi uma das fundadoras, em abril de 1998, da Associação Vera-cruzense de Orquidófilos – da qual é sócia até hoje. Da mesma forma que ocorreu com a fundação da Liga de Combate ao Câncer, o conhecimento para iniciar os trabalhos ocorreu a partir do contato com o grupo da cidade vizinha. “Nos reunimos na casa da Rosane Seibert com algumas pessoas do grupo de Santa Cruz, para conhecer a dinâmica. A partir dali, já começamos a organizar o que era necessário para fundar a associação e para realizar exposições”, revela a sócia, que até 2020 permanecia no cargo de tesoureira.
Segundo ela, através das exposições, mais do que compartilhar o cuidado e o carinho que tinham pelas orquídeas, tratava-se de fazer chegar o nome de Vera Cruz a outras cidades, já que o grupo participava de diversas exposições pela região, assim como recebia expositores advindos de outros locais.
Para completar o vasto repertório de atividades das quais já fez parte, Wally cita, ainda, o Grupo de Bolão Feminino, que treinava no Clube Vera Cruz e competia com grupos de cidades como Candelária, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul. “Muitas vezes encontro pessoas na rua e falo pra elas que agora já estou cansada demais para continuar participando das atividades no município, aí elas me dizem: ‘mas Wally, você já fez muita coisa’, e isso é tão gratificante. Sinto-me muito feliz também quando encontro pessoas que ajudei através da Liga e da OASE e procuro saber como andam, se estão bem. Tenho prazer em ter feito isso tudo. É uma alegria imensa. Algo que me realizou enquanto ser humano”, pontua a vera-cruzense, orgulhosa em ter feito história na Capital das Gincanas.
Notícias relacionadas
Especialistas pedem mais vacinação contra aumento da dengue no verão
Situação é preocupante, diz presidente da SBI, Alberto Chebabo
Acesso Grasel estará bloqueado na manhã desta segunda-feira
Motivo será serviços de limpeza e roçada no trecho
A educação e o esporte como ferramentas de combate ao racismo
Estudante do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisc compartilha experiências no ensino superior
Temporada de verão inicia dia 20 de dezembro no Balneário Monte Alegre
Atendimento dos guarda-vidas será de quartas a domingos das 9h às 12h e das 13h30min às 18h30min