Esta enchente sem precedentes, assim como a pandemia, deixa lições. E devemos aproveitar esta oportunidade para reforçar com as nossas crianças sobre empatia, sobre compaixão e olhar ao próximo. Está aqui, do nosso lado.
Hoje, nesta sexta-feira ainda chuvosa, 3 de maio, o assunto não poderia ser outro. Os semblantes seguem tensos, em um misto de tristeza e preocupação, olhos marejados por onde quer que a gente vá, dentro do que é possível e seguro nos deslocarmos. E as crianças, as nossas crianças, sentem este peso. Até porque não estão alheias à informação, seja pelo rádio, pela TV, pelas redes sociais e até mesmo na escola, em conversa com professores e colegas. E, infelizmente, a notícia está aqui, do nosso lado.
Impossível não conhecer alguém que tenha sido resgatado, que tenha perdido bens, que precise do amparo de um abraço e do aconchego de uma roupa seca. Porque, repito, é aqui, ao alcance do nosso olhar. Se para nós, adultos, a situação é avassaladora e difícil de ser absorvida, para nossos pequenos também é. Um desastre abala emocionalmente o adulto. Imagine, então, sob a perspectiva de uma criança, em idade de já entender o que acontece, de ver o sofrimento do outro.
Neste momento, ainda que seja difícil, precisamos aproveitar a oportunidade para conversar sobre a parte difícil da vida, sobre empatia, sobre solidariedade, sobre desafios. Exemplos não faltam, a começar pela corrida desenfreada aos postos de combustíveis e aos supermercados que presenciamos. De que adianta encher o tanque se não é possível sair da cidade? Veículos de emergência seguramente precisam muito mais do que nós. Qual a razão de estocar comida, água, artigos de higiene, se pode faltar para o seu vizinho? Ainda que ocorra um pontual desabastecimento, não é o fim do mundo. Em alguns dias, bem ou mal, o básico se restabelece. Evitar fazer “turismo” é outra lição a compartilhar. Não há razão para passear em locais afetados por catástrofes como a que estamos vivendo. Se você não tem condições, preparo e boa vontade para ajudar, não vá. Não atrapalhe quem pode prestar o atendimento efetivo apenas para satisfazer a sua curiosidade.
Ao invés disso, ocupe este tempo olhando seu armário para separar doações, vá ao mercado para comprar para você e para o outro que precisa. E não precisa ser em larga escala, não. O pouco doado de cada um garante a soma que o todo precisa. Certifique-se do que as pessoas estão precisando e onde pode entregar as doações. Esse, sim, é um bom exemplo para as crianças.
Ouça seu filho. Deixe que ele conte tudo aquilo que viu e ouviu e possa tirar as dúvidas que ele tem. Ainda que não tenhamos todas as respostas, a orientação dos profissionais é que se fale apenas o necessário. Observando-se sempre a idade de cada criança e a sua capacidade de compreensão. Evitar falar sobre o assunto não é uma boa ideia, porque não temos total controle sobre o que a criança sabe ou o que ela ouviu, ainda mais quando a situação é tão próxima de nós. Ao mesmo tempo, não podemos deixá-las com medo, garantindo um ambiente seguro e acolhedor.
Mais uma tarefa dos pais nesta missão de educar e uma lição para os nossos filhos. Eventos adversos sempre aconteceram e seguirão acontecendo. Precisamos que as crianças, quando adultas, saibam lidar com eles com cautela, com olhar voltado ao próximo e resiliência. O mundo será um espelho das ações deles. Eu acredito.
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