Eduarda e Henrique criaram um perfil no Instagram para compartilhar o processo de luto do primeiro filho e a posterior chegada de gêmeos
“Sobre como a vida continua depois do fim…” Essa frase está destacada em um perfil do Instagram, que busca mostrar o processo de luto do primeiro filho de Eduarda Espindola e de seu companheiro Henrique Rosa, e de como a vida, mesmo que às vezes uma caixinha de surpresa, pode ser encarada de uma perspectiva diferente.
Denominada de “Você ainda pode”, a página retrata que sempre há tempo de acreditar naquilo que se deseja. E que o fim, pode ser apenas uma vírgula de continuação. Essa foi a forma encontrada de manter vivo o Bento, que faleceu aos nove meses, no momento do parto.
“Algum tempo depois de uma perda as pessoas vão esquecendo, é natural, mas nós, pais, não queremos nunca que aquela vida que significou tanto, se apague […] o perfil surgiu de uma necessidade minha de desabafar, sabendo que tocaríamos outras famílias, com perdas ou não, e no quartinho que havíamos preparado para ele tinha uma placa “you can” (você pode), no processo de luto ela virou “Você AINDA pode”. A intenção principal sempre foi motivar, acalmar, acalentar e principalmente manter nosso Bentinho vivo”, diz a mãe Eduarda Espindola.
O casal perdeu o bebê em função de uma placenta prévia, quando a placenta está posicionada em um local que provoca obstrução total ou parcial do colo do útero. Por conta da complicação, Eduarda precisou passar por uma cesárea um tanto complicada. Entretanto, Bento não resistiu. Mas, uma foto dos três juntos é guardada com carinho, como forma de demonstrar que ele ainda está vivo nos corações dos dois.
“Quando vimos ele, só queríamos conhecê-lo e abraçá-lo, sabendo que tínhamos um curto tempo para isso. O “oi” e ‘tchau” mais rápido das nossas vidas […] minha memória não é muito boa, e tenho certeza que 20 minutos não me fariam gravar todos os detalhes. Ter a foto dele no nosso colo enquanto nos despedíamos foi muito importante no meu processo de luto já que eu não pude me despedir de forma tradicional, pois estava me recuperando da cirurgia”, conta a mãe.
Ainda no hospital, o casal fez planos de fazer uma viagem, doar as coisas do pequeno e ter um cachorro, para dar todo o amor que estava guardado à espera de Bento, além de afagar a dor do luto. Conforme Eduarda, diversos sinais inexplicáveis começaram a surgir, mensagens que a acalmavam e a faziam permanecer forte. Ainda precisavam esperar um ano para voltar a tentar de concretizar o sonho. Até que a espera chegou ao fim. Em fevereiro de 2020, na primeira tentativa lá estava o teste positivo. Algumas semanas depois, com o coração apertado de um medo que acompanha toda perda, foram fazer a ecografia, quando descobriram que amor havia duplicado e viriam, de forma natural e inesperada, dois bebês.
Hoje, com cinco meses, os gêmeos Ravi e Gael, com o ursinho com a roupa de Bento, enchem a família de felicidade e de travessuras.
“Faz dois anos que vivemos essa saudade e até hoje algumas pessoas chegam no perfil, conhecem nossa história, nosso filho e talvez recebam uma carga de pensamento positivo, pois a trajetória mostra o quanto Deus é bom e nunca deixa de cuidar de cada um de nós. A quem sente essa dor eu peço que busque ajuda, força, conforto. Perceba cada sinal, as borboletas, os pássaros, os sonhos. Uma vez li que quem morre está sempre tentando falar com a gente, nós só precisamos nos abrir para receber as mensagens. Encontre uma forma de manter seu filho vivo. Não perca seus sonhos, não se culpe, não congele, mantenha aquecido seu coração. Sua missão não terminou, é hora de ser forte, a vida continua e VOCÊ AINDA PODE”, destaca Eduarda.
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