Liane Teresa dos Santos nasceu cega e diz ainda "ver tudo com o toque das mãos"
Quem é mãe sabe a dificuldade que é cuidar de uma criança pequena. Imagina então esta dificuldade multiplicada, triplicada… Assim é a vida da dona de casa, Liane Teresa dos Santos, de 43 anos. Ela é deficiente visual e mesmo assim diz não ter problemas em fazer as tarefas domésticas e cuidar dos filhos Vitor, de 15 anos; Gustavo, de 2 anos; e do marido Joe Ademir, de 41 anos, este com quem divide a vida há quase 13 anos.
Nascida em Vale Verde, Liane tem quatro irmãos. Destes, apenas uma vê e outra tem pouca visão, quando consegue distinguir apenas luzes e o escuro. "Na época nossos pais nos levaram até Porto Alegre para exames. Os médicos nunca souberam dizer o que causou a cegueira, já que nenhum outro familiar tinha o problema", relata.
Como a família, plantadora de fumo, morava no interior, Liane não frequentou a escola. Diz que foi com o rádio e a televisão que aprendeu muita coisa, além dos ensinamentos dos pais. "Quando minha mãe estava na cozinha, ficava perguntando como fazia pão, bolo", relembra. Já adulta, mesmo com a deficiência visual, ela seguiu em frente e já desenvolveu funções no mercado de trabalho. A última, tanto ela como o marido, foi como safrista. "Estamos à procura de emprego!"
Enquanto a oportunidade de trabalho não vem, Liane resume a vida em dedicação exclusiva à família. "Nunca tive muito receio que meus filhos tivessem problemas de visão. Os médicos disseram que seria pouco provável. Então, larguei nas mãos de Deus", conta. Nas tarefas diárias, o pequeno Gustavo não sai dos braços ou de perto da mãe. O mais velho e o marido auxiliam sempre que necessário. Ela não tem medo de fazer comida, lavar roupa, trocar fraldas, limpar a casa. "Vejo tudo com o toque das mãos. Não enxergo com os olhos, mas com o coração!"
Parte da história de Liane foi ouvida no quadro Despertador, do programa Bom dia, Arauto, nesta terça-feira (2). A Redação do Grupo Arauto esteve na casa de Liane, no Bairro Carlota, em Santa Cruz do Sul para trazer um pouco mais desta história que tocou muita gente, no vídeo que segue e também nas páginas do Jornal Arauto desta quinta-feira (3).
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