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Presidente da Amprotabaco demostra preocupação sobre futuro do tabaco após Brasil aderir à Convenção-Quadro

Publicado em: 01 de junho de 2025 às 19:00
  • Por
    Kássia Machado
  • Foto: Nícolas da Silva/Grupo Arauto
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    Gilson Becker reforçou que, embora o acordo não estipule restrições à produção do tabaco, o setor ainda tem receios quanto a continuidade da cadeia produtiva

    Recentemente, o prefeito de Vera Cruz e presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Gilson Becker, esteve em missão oficial em Genebra, na Suíça.  A agenda internacional teve como foco encontros com autoridades para tratar dos impactos das políticas globais sobre a cadeia produtiva do tabaco brasileira. Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, Becker destacou pontos abordados durante a viagem.

    O presidente da Amprotabaco expressou preocupação sobre o futuro da produção de tabaco no Brasil, especialmente após o país aderir à Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Controle do Tabaco. Segundo ele, embora o acordo não estipule restrições à produção do tabaco, mas sim ao consumo, o setor ainda tem receios quanto a continuidade da cadeia produtiva. “Nós sabemos, que nos últimos anos, tivemos várias ações que acabaram já, de certa forma, dificultando, buscando restringir também a cultura do tabaco. A questão de financiamentos e acesso a crédito. Nós não queremos incentivar o uso, o ato de estar fumando, mas a preocupação com a produção, com a cadeia produtiva”, declarou.

    Becker enfatizou o impacto econômico potencial das restrições à produção de tabaco, citando as 130 mil famílias nos três estados do sul do Brasil que dependem da cultura e as mais de 600 mil pessoas envolvidas na cadeia produtiva. “O principal ponto é a geração de riquezas, a organização que as propriedades estão envolvidas. São propriedades de pequeno porte, em média de 12 hectares. Dessas propriedades de 12 hectares, somente dois a três hectares, em média, são utilizados para a produção do tabaco, são propriedades que têm a diversificação, a produção de alimentos. Então é todo um conjunto, além de tudo que nós aqui acompanhamos na região, que aqui é bastante forte. Sabemos dessa importância, 90% do tabaco produzido no Brasil é destinado à exportação, então são pontos fundamentais, além de toda a importância dos produtores para os municípios, para os estados e o Brasil de uma forma geral”, frisou.

    Conforme ele, durante a reunião, em Genebra, o embaixador do Brasil, Tovar da Silva Nunes, demonstrou interesse nas preocupações dos produtores de tabaco e prometeu abordar o assunto com os representantes brasileiros na Conferência das Partes (COP). Becker ainda enfatizou a necessidade de combater o contrabando de cigarros e a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil, questões que também afetam a cadeia produtiva nacional.

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