Detalhes da investigação que levou Daniel Henrique Oliveira a ser condenado pela morte de Roberto da Silva foram divulgados pelo promotor
Um celular encontrado em uma cela da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) foi fundamental para auxiliar a polícia a identificar o mandante de um homicídio registrado há quase dois anos, em Santa Cruz do Sul. Os detalhes da investigação que levou Daniel Henrique Oliveira a ser condenado a sete anos de prisão pela morte de Roberto da Silva foram divulgados, durante o júri realizado nesta semana, pelo promotor Flávio Eduardo de Lima Passos.
LEIA TAMBÉM: Promotor fala sobre justiça paralela em bairros com a presença do tráfico: "não querem a força policial"
O trabalho teve início em 9 de março de 2022, quando a Brigada Militar foi acionada por volta das 21h para atender a um assassinato na rua Treze de Maio, Bairro Faxinal. Na época, a vítima, Roberto da Silva, era conhecida na região por praticar furtos para sustentar seu vício em drogas e álcool. A polícia, no entanto, enfrentou dificuldades para obter informações sobre o crime naquele momento, pois a vítima, segundo promotor, era uma pessoa que passava grande parte do tempo fora de casa, vivendo nas ruas. A investigação foi iniciada e as autoridades começaram a receber denúncias indicando a participação de um adolescente no homicídio.
Ao identificar e apreender o adolescente, a polícia descobriu seu envolvimento com o tráfico de drogas. Durante a investigação, foram encontrados drogas, registros de contabilidade do tráfico e um telefone celular, que levaram à confissão do jovem sobre o assassinato. O delegado encarregado, desconfiado de que o adolescente não agiria sem ordens superiores, continuou investigando. Em maio de 2022, uma revista na cela de Daniel resultou na apreensão de um celular. O delegado teve acesso ao aparelho e encontrou conversas que ajudaram a esclarecer o caso.
No diálogo, de 9 de março, o mesmo dia do crime, Daniel pedia ajuda para encontrar a vítima. Ele falava sobre a intenção de "estourar os miolos". Ainda de acordo com Flávio Eduardo de Lima Passos, mensagens como "cobrar uma chinelagem" e "tamo caçando ali […] não tamo achando ele […] tamo com o ferro para estourar ele" foram cruciais para a investigação.
O promotor destacou que a vítima era conhecida por praticar furtos para sustentar seu vício em drogas. A morte teria sido uma represália a esses furtos. “Isso é reprovado no bairro. A prática de crimes atrai a força policial. Para cada crime que é praticado, é feito um registro e isso gera estatísticas para Brigada Militar. Ela precisa elaborar suas estratégias de atuação a partir disso. Se o crime acontece, a Polícia Civil também está lá, investigando. A ocorrência de crimes atrai a força policial. Eles não querem a força policial”, explicou o promotor.
Notícias relacionadas
Princípio de incêndio é registrado em restaurante de estabelecimento comercial em Mato Leitão
Caso aconteceu no final da tarde deste sábado, em Linha Santo Antônio
Guarda Municipal de Santa Cruz recupera motocicleta furtada há dez dias
Veículo foi levado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento para ser entregue ao proprietário
Jovem é morto a tiros em Santa Cruz
Corpo foi deixado no Hospitalzinho, no Bairro Santa Vitória
Brigada Militar de Rio Pardo prende homem por tráfico de drogas
Ação policial foi realizada no final da noite dessa sexta-feira, no Bairro Parque São Jorge