Polícia

Operação desarticula organização criminosa especializada em roubo de carga de cigarro no Rio Grande do Sul

Publicado em: 05 de março de 2024 às 10:42 Atualizado em: 10 de abril de 2024 às 16:56
  • Por
    Nícolas da Silva
  • Fonte
    Polícia Civil
  • Foto: Polícia Civil/Divulgação
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    Quadrilha contava com dois ex-motoristas da BAT Brasil, empresa de cigarros sediada em Santa Cruz do Sul

    A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DRFC/Deic), deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a Operação Mellarius. O objetivo é combater a maior organização criminosa especializada em roubo de carga de cigarro, suspeita de praticar, pelo menos, 40 crimes dessa natureza e ocasionando um prejuízo de mais R$ 3 milhões.

    Dez pessoas foram presas durante a ação, que também resultou na apreensão de veículos, armas, munições e caixas de cigarro. Foram aproximadamente 160 policiais civis participando da ação, cumprindo 70 ordens judiciais, dentre os quais 40 mandados de busca e apreensão e 12 prisões preventivas, além de quebras e sequestros de bens nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha e Gravataí.

    A operação é referente a inquérito policial instaurado para fins de apuração de uma quadrilha que age em forma de organização criminosa com intuito de realizar roubos de cargas nas cidades de Eldorado do Sul, Gravataí, Esteio, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Porto Alegre, Taquara, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Guaíba, entre outras cidades.

    Após cinco meses de trabalho de investigação foi possível identificar os membros da organização, que conta com aproximadamente mais de 40 roubos de cargas de cigarro e mais de 20 integrantes. O modus operandi é basicamente o mesmo em todos os delitos: Fiat/Fiorino branca roubada e clonada (inicialmente usavam a placa com início MEL, justificando o nome da operação), utilizada para a abordagem, normalmente com algum tipo de isolamento no interior do baú (papel alumínio), tripulada por dois indivíduos, os quais se aproximam do veículo da empresa e determinam que o motorista acompanhe o veículo até o local do transbordo.

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    Em regra, não havia ingresso dos suspeitos no veículo da vítima (quando havia, utilizam luvas, casaco e máscaras) e, após o transbordo da carga diretamente para o automóvel dos suspeitos, ordenam o retorno do motorista para o veículo da empresa, não sendo raros os episódios em que o trancam dentro do baú da própria caminhonete. O papel alumínio era utilizado para ampliar a potencialidade do bloqueador de sinal chamado Jammer, dificultando a localização pela empresa e repasse de informações para a Polícia Civil. Além disso, os criminosos prendiam em torno de três placas, uma por cima da outra, e, após o crime, iam retirando-as no decorrer do caminho, fazendo com que o veículo “sumisse”.

    A quadrilha ainda contava com dois ex-motoristas da BAT Brasil, empresa de cigarros sediada em Santa Cruz do Sul, os quais possuíam conhecimento da atuação do gerenciamento de risco da empresa, bem como um motorista ativo, o qual era responsável por repassar dados internos, facilitando os roubos. A prisão preventiva de todos foi decretada, após consolidadas no inquérito policial as suas participações.

    Em nota, a BAT Brasil afirmou que "atua em colaboração com as autoridades competentes prestando todas as informações solicitadas para o enfrentamento da criminalidade. Especialmente no Rio Grande do Sul, essa parceria se traduz nos resultados muito positivos alcançados no combate ao roubo de cargas", cita o texto.