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Entenda o que investiga a Operação Afluência, desencadeada pela Polícia Federal

Publicado em: 30 de novembro de 2023 às 08:27 Atualizado em: 06 de março de 2024 às 17:40
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Foto: Polícia Federal/Divulgação
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    Ações estão sendo realizadas em Venâncio Aires, Lajeado, Cruzeiro do Sul e em outras cidades do Estado e país

    A Operação Afluência, realizada pela Polícia Federal com apoio do Ministério Público, Receita Federal, Polícia Civil, Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), busca reprimir uma organização criminosa que está envolvida com o descaminho, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade documental.

    As ações envolvem a compra e revenda de bebidas alcoólicas, oriundas do Uruguai e Argentina, e que ingressam ilegalmente no Brasil. Para a desarticular o grupo, a operação realiza 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, além de decretos judiciais de sequestro de 133 veículos e 30 imóveis, e o bloqueio de valores depositados em contas dos investigados e de empresas. Os bens estão avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões.

    Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, o grupo criminoso contava com a participação de fornecedores e intermediários para aquisição dos produtos diretamente com os proprietários de free shops uruguaios ou das lojas de vinhos argentinas. O pagamento era realizado de forma física ou através da utilização de doleiros. Depois que os produtos estavam no Brasil, eram transportados aos depósitos do grupo criminoso. 

    Leia mais: Operação Afluência investiga descaminho e lavagem de dinheiro envolvendo empresários de Venâncio Aires

    Estas bebidas eram remetidas a grandes atacados estabelecidos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As cargas de bebidas eram transportadas em veículos próprios da organização, especialmente carretas e caminhões, acondicionadas sob outros produtos como grãos e frutas. Outra forma de envio das mercadorias ocorria por meio de empresas transportadoras com utilização de notas fiscais falsas, emitidas por empresa ligadas ao grupo.

    Para receber os valores pela venda das mercadorias, a organização criminosa valia-se de contas tituladas por dezenas de pessoas físicas e jurídicas, chamadas de laranjas, como concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e do ramo de cigarros. 

    A investigação indica que o grupo criminoso age de forma estruturada, ao menos, desde janeiro de 2019, tendo movimentado mais de R$ 62 milhões com a venda de bebidas alcoólicas ilicitamente introduzidas em território brasileiro.