Dos 16 vereadores que podiam votar, 14 foram favoráveis ao encaminhamento de uma moção para o Congresso Nacional
Na sessão da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, um projeto de lei que propõe a proibição do reconhecimento de casamentos homoafetivos gerou polêmica. A proposta tramita no Congresso Nacional e a moção de repúdio, apresentada pela vereadora Nicole Weber (PTB), tinha como alvo a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.
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A parlamentar argumentou que essa questão está relacionada à dignidade das pessoas e que a proibição desse direito é uma intromissão na vida das pessoas. Ela destacou a importância de respeitar a diversidade e questionou os motivos por trás do projeto. “São políticos querendo se meter dentro da casa das pessoas. Quem votar contra a moção de repúdio está dizendo que a pessoa não merece ser quem ela é. A moção é para mostrar que, no século XXI, nós não vamos admitir um retrocesso desses”, disse.
Henrique Hermany (Progressistas) ressaltou a importância de respeitar a intimidade das pessoas e questionou por que o casamento homoafetivo deveria ser uma preocupação de terceiros. "Interessa quem é pedido em casamento. Ponto. O direito da intimidade, das pessoas quererem casar com pessoas do mesmo sexo, quererem viver com pessoas do mesmo sexo, não diz respeito a ninguém e não diz respeito a lei nenhuma querer colocar entrave na vida pessoal das pessoas”, colocou.
Professor Cleber (União Brasil) expressou sua opinião sobre o respeito entre as partes, ressaltando sua escolha de se abster da votação. “Como cristão, geralmente eu tenho a minha opinião, mas eu acredito muito no respeito entre ambas as partes”, falou. Raul Fritsch (Republicanos) também optou por se abster da votação. “Minha postura todo mundo sabe. Cada um tem direito de fazer o o que quiser e não é nós, dando opinião, que vai resolver alguma coisa”, expressou.
Alberto Heck (PT) expressou seu apoio à moção de repúdio. “Eu penso no que Jesus Cristo diria sobre respeitar o ser humano. A gente reconhece, nas nossas relações, tantas pessoas que têm formas diferentes de amar, de manifestar o seu amor, de viver o seu amor. Não é por ser cristão que eu vou dizer que eu sou contra esta pauta. A manifestação do seu projeto não é sobre religiosidade, é sobre uma inconveniência política da comissão. Pelos meus princípios morais e éticos, também sou a favor da sua moção", pontuou.
Presidente da Câmara, Bruna Molz (Republicanos) não votou, mas expressou sua opinião e afirmou que, se precisasse votar, apoiaria a moção apresentada pela vereadora Nicole Weber. Ela também reconheceu o argumento de Henrique Hermany de que o casamento homoafetivo deveria ser uma questão que diz respeito apenas às pessoas envolvidas. “O casamento gay interessa somente a a quem foi pedido em casamento”, disse.
Na votação da moção de repúdio, um grupo de vereadores expressou seu apoio à iniciativa, incluindo Alberto Heck (PT), Bruno Faller (PDT), Daiton Mergen (MDB), Francisco Smidt (PSDB), Gerson Trevisan (PSDB), Henrique Hermany (Progressistas), Hilário da Silva (PSD), Ilário Keller (PP), Jair Eich (Progressistas), Licério Agnes (PSD), Nicole Weber (PTB), Nilmar Piva (Novo), Rodrigo Rabuske (PTB) e Serginho Moraes (PTB). Por outro lado, os vereadores Professor Cleber (União Brasil) e Raul Fritsch (Republicanos) optaram por se abster, enquanto a presidente da Câmara, Bruna Molz (Republicanos), não votou, em conformidade com sua função.
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