Polícia Civil chegou até uma mulher, que teria organizado e pagado pela execução do médico santa-cruzense
A morte do médico santa-cruzense Gabriel Paschoal Rossi ganhou novos desdobramentos a partir do depoimento de amigos e da investigação realizada pela Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O médico foi encontrado morto, com as mãos e os pés amarrados, em uma casa em Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde trabalhava e residia, no final da semana passada. Desde então, a polícia investiga o caso e tenta entender o que aconteceu.
Nesta terça-feira (8), durante uma coletiva de imprensa, os investigadores deram mais detalhes sobre o a execução do médico, de 29 anos. Conforme os agentes da Polícia Civil, uma mulher, moradora de Minas Gerais, é a possível mandante do crime. Ela teria encomendado a morte de Rossi, após ele ameaçar revelar o esquema de atividades ilícitas para a polícia.
O médico, segundo apurado pela PC, estava envolvido com estas ações, que incluíam estelionato. A mulher estaria devendo em torno de R$ 500 mil para Rossi, que realizou a cobrança. Para não pagar e com medo de ser delatada, a mulher teria contratado três homens e pagado cerca de R$ 50 mil para cada um realizar o homicídio. Além disso, ela também teria pago despesas com locação de imóveis e transporte.
De acordo com as apurações da polícia, a dívida da mandante seria oriunda da prestação de serviços que envolviam atividades fraudulentas com cartões. Para conseguir buscar as informações, a Polícia Civil acionou o setor de inteligência que realizou um trabalho de pesquisa e de busca de informações no celular da vítima. Um fato que chamou a atenção dos investigadores, conforme relatado na coletiva de imprensa, foi o fato do celular de Gabriel Rossi ter sido utilizado no dia 30 de julho em Minas Gerais, quando ele já estaria desaparecido e trancado na residência em que morreu.
A partir disso, o setor de inteligência começou a eliminar algumas hipóteses. Ao colherem depoimentos de amigos, a Polícia Civil chegou até uma mulher, moradora de Minas Gerais, com quem Rossi atuava de forma ilícita. Com isso teve início uma segunda parte da investigação, que culminou com a locação de dois imóveis, por períodos diferentes, em Dourados. Uma residência foi a que o médico estava e a outra seria para que o grupo ficasse sem levantar suspeitas. Ainda segundo a investigação, a mulher não foi até o local onde Rossi foi morto. Ela apenas coordenava toda a operação.
Após executarem o médico, o grupo saiu do Mato Grosso do Sul de avião e a mulher deu início a um processo que a polícia chamou de "cortina de fumaça". O objetivo, segundo os investigadores, era tirar dinheiro de amigos e familiares de Rossi, inventando histórias e fazendo parecer que ele havia caído em golpes.
Leia também: Polícia revela que médico santa-cruzense agonizou por horas antes de morrer
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