Dados da Prefeitura foram entregues ao Governo do Estado e a União, junto ao Decreto de Emergência
A realidade após a devastação das chuvas da última semana continua a ser processada. Na última terça-feira, (18), a Prefeitura Municipal finalizou a compilação de dados preliminares para relatar ao Governo do Estado e, posteriormente, à União, tudo o que foi perdido durante o 12 de julho.
Ao todo, foram cerca de 3.500 residências afetadas pelo granizo ou chuva. Se o número por si só não é alarmante o suficiente, torna-se ao ampliá-lo. O último Censo, divulgado no mês passado, constatou que Vera Cruz possui 11.912 domicílios ao todo. Ou seja, em torno de 30% das casas de Vera Cruz foram afligidas de alguma forma pela força do clima. Somente em unidades habitacionais, as perdas somam R$ 6 milhões, o que inclui não somente telhas, mas também móveis e demais utensílios domésticos.
Abaixo destes 3.500 telhados, 10.500 pessoas foram prejudicadas pelo granizo, em torno de 40% da população total do município. Ainda: 80 famílias tiveram que se abrigar em casa de familiares ou amigos, e oito dormiram no Ginásio Segefredo Wegner, o Guidão.
Duas unidades de saúde também tiveram problemas com as chuvas. As ESFs do Centro e do bairro Arco-Íris (uma das regiões que mais sofreram com a tempestade), também tiveram danos materiais. Somadas, as unidades tiveram perdas de R$ 15 mil.
A chuva também atingiu a educação. 11 escolas tiveram os telhados destruídos, o que leva a necessidade compra e instalação de cerca de 1.000 telhas, no valor de R$ 120 mil. O relatório ainda evidencia as perdas em instalações públicas prestadoras de serviço e de uso comunitário, como o CRAS Boa Vista e o Parque de Máquinas. Cada um teve R$ 5 mil em perdas.
Demais obras de infraestrutura pública, como bueiros, geraram um prejuízo elevado de R$ 20 mil. “Foi um dos temporais mais intensos enfrentados pelo município, se não o mais intenso”, frisou o prefeito Gilson Becker. “Apesar do transtorno, isto criou uma rede de solidariedade”.
A Prefeitura Municipal gastou, somente em lonas, R$ 180 mil, para cobrir as casas com telhados destruídos. Logo cedo, na quarta-feira, as matérias plásticas já haviam se esgotado nas lojas de materiais de construção de Vera Cruz, o que forçou o município a comprar em outros lugares, bem como a solicitar doações às cidades vizinhas. Estes recursos, além de outros R$ 50 mil para a compra de telhas de fibrocimento, foram usados de forma emergencial.
Ao todo, mais de 100 mil metros quadrados de lona foram distríbuidas. De sexta-feira, dia 14, até a tarde desta quinta-feira, mais de duas mil telhas foram entregues aos necessitados. O repasse destes dados ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a União reforça o Decreto de Emergência realizado na tarde após o temporal, o que facilita a busca de apoio e repasses das esferas estadual e federal para a recuperação do município.
Além do material
Os danos, contudo, transcenderam a esfera material. Em meio ao desespero para proteger casa e demais bens, foram relatados casos de mais de 60 pessoas feridas, em meio à instalação de lonas e substituição de telhas. O Corpo de Bombeiros de Vera Cruz chegou a emitir um comunicado para alertar a população dos riscos, e que a proteção deveria focar na cobertura de móveis, contudo, não houve muita eficiência.
Doações crescem, mas ainda há grande necessidade de telhas e cobertores
Para quem perdeu tudo, tudo é importante. As doações que esquentaram o Ginásio Guidão com amor e os necessitados com agasalhos e cobertores ainda não cessaram, e seguem sendo necessárias.
Conforme explica a coordenadora da Secretaria de Desenvolvimento Social, Gabriela Ferreira, até o momento foram doados mais de 500 cestas básicas, 250 kits de higiene, 350 colchões, 800 cobertores e milhares de telhas de fibrocimento (1.500 foram doas. pela Igreja dos Santos dos Últimos Dias, realizada na manhã da última terça-feira, dia 18, recebidas no Parque das Máquinas.
As peças de roupas são quase incontáveis, mas mais de três toneladas já foram coletadas, além de 380 colchões.
As maiores necessidades são de telhas, colchões e cobertores. Agasalhos, apesar de ter em maior escala, não podem ser dispensados e continuam sendo recolhidos. Produtos de higiene pessoal, de limpeza e cestas básicas também precisam de maiores doações.
Organizações religiosas se destacaram em solidariedade. Centro Apostólico Addereth fez doações que somadas resultam em mais de R$ 20 mil, bem como a Igreja dos Santos dos Últimos Dias. A Assembleia de Deus e a Universal também se mobilizaram, principalmente para atender seus membros.
A Acisa recolheu e repassou R$ 7 mil em doações, recebidas pela chave PIX divulgada nas redes sociais. A Camâra de Vereadores também repassou R$ 50 mil para a compra de telhas.
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