Em depoimento, delegado revela que ex-companheira teve envolvimento com a morte de Tiago Maciel

Na manhã desta quinta-feira (20), o julgamento do trio responsável pelo homicídio de Tiago Maciel de Borba em 2018 teve início no Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz do Sul. Os réus Anderson dos Santos Ramos, João Carlos Godoy e Deividi dos Santos enfrentam as acusações relacionadas ao assassinato de Tiago. O Ministério Público também ofereceu denúncia contra Marcelo do Carmo (este já julgado).

O júri é presidido pela Juíza Márcia Ines Doebber Wrasse, enquanto o MP é representado por Rogério Fava Santos e a Defensoria por Arnaldo França Quaresma Júnior. O Conselho de Sentença, definido em sorteio, é formado por quatro homens e três mulheres.

O primeiro a depor foi o titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, delegado Alessander Zucuni Garcia, responsável pelas investigações do caso. O delegado revelou que a ex-companheira de Tiago teria sido a mandante da morte. Segundo o delegado, as investigações apontaram inicialmente para um possível envolvimento com o tráfico de drogas, e havia indícios de que Cláudio Mendes Pacheco, conhecido como Toquinho, poderia ser o mandante do crime. 

Ainda de acordo com o delegado, interceptações telefônicas de Cachoeira do Sul foram essenciais para esclarecer a motivação do homicídio. Nessas gravações, ficou claro que, nos dias que antecederam o homicídio, Toquinho conversou com a ex-companheira de Tiago, a qual relatou que estava sofrendo com a presença dele e pediu para que Toquinho "resolvesse o problema". O mandante, então, atendeu ao pedido da ex-companheira e teria envolvido Marcelo do Carmo no plano.

O caso

O crime ocorreu em 10 de setembro de 2018, por volta das 19h30min, na Rua São Filipe, próximo ao número 72, no Loteamento Beckenkamp, Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul. De acordo com o Ministério Público, Anderson, João Carlos e um adolescente infrator chegaram ao local em um veículo Renault/Clio Sedan, de cor prata. Ao avistarem Tiago na via pública, efetuaram disparos contra ele, que resultaram em sua morte. Em seguida, os autores do crime fugiram do local.

As acusações do Ministério Público incluem o agravante de ter dificultado a defesa da vítima, uma vez que os disparos foram feitos de surpresa, sem que Tiago tivesse a oportunidade de se defender. Marcelo do Carmo foi apontado como o mandante do homicídio, dando ordens para que Anderson e João Carlos executassem o ato criminoso com a participação do adolescente infrator. Além disso, Deividi dos Santos teve participação no crime ao fornecer as armas de fogo. O trio também enfrenta acusações de corrupção de menores devido à participação do jovem na prática do assassinato.