Julgamento foi realizado na tarde dessa quinta-feira, no Fórum de Santa Cruz
Maicon Robson Schmidt, de 37 anos, também conhecido como Máscara, foi condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de Alexsandro Luis dos Santos Mello, na época com 18 anos. O crime ocorreu no Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul, em 1º de janeiro de 2017, quando Maicon e outros envolvidos assassinaram Alexsandro, também conhecido como Abelardo, com disparos de arma de fogo e com direito a gravação da execução.
O réu foi condenado após sessão no Tribunal do Júri nessa quinta-feira (4). A juíza Márcia Inês Doebber Wrasse presidiu a sessão, enquanto o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos atuou pelo Ministério Público e Arnaldo França Quaresma Júnior foi o defensor público que atuou na defesa do acusado. Quatro homens e três mulheres formaram o conselho de sentença. O transporte do acusado até o Fórum de Santa Cruz foi feito com um robusto esquema de segurança.
O delegado regional Luciano Menezes e o delegado titular da 2ª DP de Santa Cruz, Alessander Zucuni Garcia, prestaram depoimento. Máscara admitiu envolvimento com o tráfico de drogas na região, mas negou participação no crime objeto da denúncia do MP. Após os debates, os jurados acolheram, em maioria, a acusação de homicídio duplamente qualificado – com motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O caso
O crime objeto da denúncia do Ministério Público aconteceu em 1º de janeiro de 2017, na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul. O corpo de Abelardo foi encontrado por moradores da região por volta das 7h30min, na beira da via. Pelo menos cinco disparos de arma de fogo eram visíveis na região do rosto da vítima.
A principal motivação para o crime, de acordo com investigação do delegado Alessander Zucuni Garcia, é relacionada ao tráfico de drogas na área do Residencial Viver Bem. No vídeo da execução, que estava no celular de Máscara, é possível ouvir a voz do membro da facção Os Manos, que domina o comércio de entorpecentes no Vale do Rio Pardo. No vídeo, ainda é possível identificar que o motivo da execução é devido ao fato de Abelardo ter sido pego transportando drogas de uma facção rival, a Bala na Cara. Na gravação, a vítima suplica antes de ser brutalmente executada.
Outro fato que corroborou para a investigação foi a localização de Máscara no dia do crime, feita através da tornozeleira eletrônica que o réu utilizava.
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