Operação Enxuta, da Polícia Civil, prendeu seis pessoas envolvidas com lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de entorpecentes
A megaoperação da Polícia Civil, realizada na manhã desta terça-feira (25), resultou na prisão de seis pessoas, quatro delas em Venâncio Aires, uma em Santa Cruz do Sul e outra em Charqueadas. Dos presos na Capital do Chimarrão, três indivíduos já possuíam condenações anteriores por tráfico de drogas.
Conforme o delegado da Polícia Civil de Venâncio Aires, Vinicius Lourenço de Assunção, desde a madrugada foram cumpridos mais de 150 ordens judiciais, expedidos pela Vara da Comarca do município. As ações, segundo ele, culminaram na apreensão de diversos veículos, bloqueio de ativos, apreensão de valores e joias.
Os principais alvos das atividades são Osni Valdemir de Mello, de 61 anos, o Sapo, e os dois filhos dele – Deivid Andriel de Mello, o Dedê, de 31 anos, e Dieike Andrigo de Mello, de 38 anos, além das companheiras de Deivid e Dieiki. Outros familiares e terceiros também foram investigados. "Estamos diante de pessoas que ocupam posições de destaques. É a maior organização criminosa familiar de Venâncio Aires. Tamanha influência, que chegavam a trabalhar de forma paralela a uma facção criminosa que atua na nossa região. Para se ter ideia da força que eles tinham, eles conseguiram atuar de forma direta e sem conflito com esta facção criminosa", revela.
Assunção explica que o processo de investigação de lavagem de dinheiro é um processo lento, que depende de vários órgãos. "Isso nos atrapalhou bastante na investigação. Muitas vezes o dinheiro lavado é em nome de terceiros, com outras pessoas envolvidas, e isso acabou alongando bastante a nossa investigação."
Durante coletiva realizada na tarde desta terça-feira, o delegado afirmou que a família começou a criar negócios de fachada. Assunção destacou que foi a partir dos lucros exorbitantes, a família começou a declarar o avanço financeiro. "Essas pessoas acharam que declarando junto ao Fisco estariam livres e dentro da licitude", pondera.
Leia também: Organização alvo de megaoperação mantinha estabelecimentos comerciais em Venâncio Aires, revela polícia
Para o Promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, que será o responsável pela acusação dos presos, "a quebra patrimonial realizada com a Operação Enxuta é fundamental e dá uma resposta para a população. Porque nós percebemos que os criminosos são presos e continuam seus negócios dentro da prisão. E, portanto, isso aqui acaba sendo uma quebra da espinha dorsal, porque sem dinheiro não há como continuar esta criminalidade", salienta.
A Polícia Civil trabalha com dois valores. O primeiro, de R$ 20 milhões, que corresponde às operações financeiras que foram investigadas em um período de dois anos, a partir da quebra de sigilo bancário. E a outra, estimada em mais de R$ 50 milhões, que diz respeito ao patrimônio que foi decretada a indisponibilidade. Além dos bens apreendidos, são mais de 100 imóveis, contas bancárias e veículos de luxo.
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