Projeto une o Município com os proprietários rurais em defesa da qualidade da água
Abriram na última quarta-feira, dia 1º, as inscrições para os interessados em participar da nova ampliação do Projeto Protetor das Águas de Vera Cruz. Os produtores rurais que possuem propriedades no entorno dos arroios Dona Josefa e Andréas devem comparecer ao Gabinete do Prefeito, localizado no segundo andar da Prefeitura, e preencher a ficha que ficará disponível entre os meses de fevereiro e março. Posteriormente, aqueles que se inscreveram serão contatados pelo grupo que gere o Projeto para que seja agendada uma visita.
Segundo Tanise Etges, coordenadora da Estação de Tratamento de Água de Vera Cruz, a ETA, a meta do município é que sejam atingidas 60 novas adesões neste ano. Atualmente, 91 produtores participam do Projeto, protegendo 212 hectares e 125 nascentes.
As visitas são realizadas pela equipe técnica formada pela própria Tanise, pelo professor da Unisc Marcelo Kronbauer, e pelo técnico da Emater Alberto Pinheiro. Através dessas, o grupo toma conhecimento das áreas de interesse para o Projeto (nascentes, margens do arroio ou córregos que cruzam as terras). O local é marcado com GPS e, então, realiza-se o croqui da propriedade e a proposta de preservação para o produtor.
BONIFICAÇÃO
O Pagamento por Serviços Ambientais, PSA, feito aos produtores e proprietários que conservam e protegem o meio ambiente é feito baseado em uma tabela de pontuação. Os pontos são obtidos de acordo com as tarefas cumpridas, que vão além de preservar as nascentes e a pureza da água, mas também por destinar corretamente os resíduos produzidos, tanto secos como orgânicos. Quanto mais objetivos são cumpridos, melhor é o desempenho na tabulação e, portanto, maior é a remuneração e o auxílio. “Os produtores podem pontuar tanto por separar o lixo quanto por destinar corretamente as fezes dos animais para que não se infiltrem no solo, por exemplo. A cooperação e união de diversas atitudes contribuem para preservar o ecossistema por inteiro”, afirma Tanise.
O financiamento destes recursos ocorre por parte da Phillip Morris, principal apoiadora do projeto. Ainda, o município de Vera Cruz oferece a isenção da taxa de água aos produtores do Projeto e também destina 1% da arrecadação desta tarifa ao Fundo Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais, para ser utilizado em ações nas propriedades rurais que participam da iniciativa.
Em 2011, 52% das amostras de água equivaliam às classes III e IV segundo o CONAMA 357/2005, sendo impróprias ao consumo ou exigindo tratamentos avançados para se tornarem potáveis. Já a partir de 2017, 90% das amostras pertencem às classes I e II, as melhores relacionadas à qualidade da água.
FUTURA PROTETORA
O Projeto já recebeu interessados em participar da nova rodada de inscrições. Uma delas é Márcia Beatriz Frantz Hoffmann, moradora de Linha Dona Josefa. Sendo proprietária de ceca de 200 metros de terras que percorrem o Arroio Andréas e outros 200 metros que fazem margem com um afluente, ela destaca os motivos que a levaram a ser uma futura Protetora das Águas. “Quero participar porque quero fazer minha parte na preservação da vida. Ter água e essa, de qualidade, como nós temos na nossa propriedade e em nosso município é um privilégio que poucos têm”, comenta. “Penso que, se fomos presenteados por Deus, o mínimo que podemos fazer para sermos gratos é cuidar e preservar, para que não apenas nós, mas sim todas as gerações futuras possam usufruir do privilégio de ter uma água limpa.”
A importância da iniciativa também é enfatizada pela proprietária, que vê o Projeto como algo fundamental para a preservação das águas e dos ecossistemas dos arroios. “Desenvolve e instiga a conscientização sobre a importância de cuidar de um dos bens mais importantes e essenciais para a vida, como a água, indispensável para a sobrevivência humana e dos demais seres vivos. Equilibra a vida humana com o meio ambiente”, salienta. “Aumentamos a qualidade de vida das pessoas e cuidamos dos animais e de toda a natureza”, argumenta.
A agricultora, que também é professora, conheceu o projeto através de vizinhos e conhecidos. “Sempre tive interesse, mas perdia o tempo das inscrições e não tinha tantas informações para participar. Então, entrei em contato com a Tanise, que passou as informações necessárias para participar e me tornar oficialmente uma Protetora das Águas”, conta Márcia.
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