Política

Currículo escolar poderá ter a inclusão de línguas e culturas locais

Publicado em: 28 de agosto de 2019 às 13:01 Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 14:49
  • Por
    Kethlin Nadine Meurer
  • Fonte
    Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
  • Foto: Guerreiro/ Assembleia Legislativa/ Divulgação
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    Assunto foi debatido durante audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

    A inclusão da disciplina de Línguas e Culturas Locais no currículo escolar esteve em debate nesta terça-feira (27) na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, e terá o apoio dos deputados para debater com o governo o encaminhamento de projeto de lei para regulamentar o tema. A ideia é preservar a diversidade das línguas faladas no Rio Grande do Sul, como os dialetos Talian, Pomerode e Hunsrik, que tornam o estado um dos mais plurilíngue do país.

    O assunto foi debatido durante audiência pública da comissão, por solicitação dos deputados Carlos Búrigo (MDB) e Elton Weber (PSB). Sob a presidência da deputada Sofia Cavedon (PT), o Colegiado Setorial da Diversidade Linguística do RS, liderado por Cléo Altenhofen, lotou o Plenarinho na exposição dos projetos em funcionamento em municípios como Santa Maria do Herval, Camargo, Canguçu, Westphalia, Nova Hartz e Santa Cruz do Sul. Também esteve presente o nigeriano Abiodur Kazeen Fashola, pela língua iorubá.

    Elton Weber encaminhou a discussão do assunto provocado pela professora Solange Hamester Johann, coordenadora do Projeto Hunsrik-Plat Taytx em Santa Maria do Herval, onde o dialeto originário da Alemanha vem sendo preservado junto às comunidades através do ensino formal. A preservação dos dialetos, hábitos e costumes dos antepassados, conforme Weber, dependem do seu aprendizado nos bancos escolares, defendendo a constituição de um grupo para tratar do assunto no Legislativo em parceria com o Executivo, a quem cabe esse tipo de iniciativa.

    Também Carlos Búrigo (MDB) entende que é preciso resgatar e preservar esse patrimônio cultural através dos currículos escolares, a exemplo de alguns municípios que adotaram essa prática escolar, como Camargo e Santa Maria do Herval. “Sem repassar aos jovens, esses dialetos podem morrer”, comentou o deputado.

    Ainda Any Ortiz (PPS) comentou a importância da preservação desses dialetos nas comunidades, o que na maioria dos casos é feito no ambiente familiar, mas tende a desaparecer sem o estímulo escolar. O deputado Gaúcho da Geral (PSD) acompanhou o debate, assim como Silvana Favreto, pela Seduc.

    A deputada Sofia Cavedon elogiou a organização do Colegiado Setorial da Diversidade Linguística do RS, antecipando o encaminhamento da demanda apresentada.

    Fonte: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul