São mais de cinco anos de espera, nenhuma proposta e pouca expectativa
Funcionando apenas como uma parada de ônibus desde que foi desativada, em 17 de março de 2014, a Estação Rodoviária de Vera Cruz tem mais uma vez seu destino como incerto. Após publicação de um novo edital de licitação pela Subsecretaria Central de Licitações (Celic RS), em setembro deste ano, a Comissão Permanente de Licitações constatou na manhã de segunda-feira, dia 9, que não há interessados na concessão do serviço. Com a notícia, reacendem as opiniões sobre a necessidade de continuar ou não com a atividade no município, que apontam para diferentes olhares sobre a utilidade do prédio na rua Thomaz Gonzaga, esquina com a Avenida Nestor Frederico Henn.
“Tempo áureo das rodoviárias já passou”. A afirmação é do prefeito de Vera Cruz, Guido Hoff, e se explica, segundo ele, a partir de pesquisa realizada junto a empresários do ramo de transportes e viagens que avaliam esses espaços como condenados a não funcionarem mais. Entre os motivos citam o avanço de tecnologias como os aplicativos e outros serviços de transporte disponíveis e que levam mais facilidade aos passageiros.
Ainda, de acordo com Hoff, alguns projetos já foram pensados anteriormente para a estação rodoviária, como a realocação para a Cipriano de Oliveira, há cerca de 15 anos, que visava atender a população do bairro e de outras localidades no entorno. “Infelizmente, esse projeto não teve continuidade na gestão seguinte”, revela.
Na visão do presidente da Câmara de Vereadores do município, Waldir Justmann, é difícil manter o lugar em funcionamento. “Hoje, a estrutura gera um custo alto se comparado com o retorno para o administrador. Grande parte do lucro do local acaba sendo voltado mais para quem tem comércio no entorno, que se beneficia do público que passa por ali”, avalia. Apesar disso, ele destaca que muitos vera-cruzenses ainda desfrutam do espaço e por isso sua importância. “É uma pena que seja assim, mas para se ter algum progresso é preciso que alguém se interesse em investir”, explica.
Quem vive a rotina todos os dias, o que pensa?
Com uma sorveteria anexa ao prédio da antiga rodoviária, Silvane Diehl explica que seu maior medo é de que o local fique sem utilidade. “Hoje, nos tranquiliza que ainda pelo menos funciona a parada de ônibus, mas o futuro nos deixa apreensivos”, esclarece. Tendo como maior parte da clientela os moradores do interior, ela avalia que seu negócio não sofreu grande impacto com a desativação da rodoviária, visto que os ônibus que circulam entre as localidades rurais e o centro ainda têm o espaço como referência.
Já para quem utiliza os serviços de transporte no local, cerca de duas a quatro vezes na semana, a falta de interessados na concessão dos serviços acarreta em dificuldades. “Sinto falta de um banheiro aqui que possamos utilizar sem pagar. Porque hoje temos que desembolsar R$ 2 para usar”, conta Maria Teresa Jaeger, moradora de Ferraz. Vivendo também na localidade, Marlene Kappel gostaria que mais ônibus intermunicipais passassem pela rodoviária, serviço que não é mais obrigatório. “Se eu quero ir para outra cidade, além das empresas não passarem aqui, tenho que me deslocar a Santa Cruz para comprar a passagem”, diz. Essa, apontam as tendências, deve ser a realidade por muito tempo.
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