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Mulheres vítimas de violência podem fazer denúncias via WhatsApp

Publicado em: 04 de janeiro de 2018 às 19:25 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 17:40
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    Prefeitura de Santa Cruz
  • Foto: Divulgação
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    Atualmente existem 450 mulheres cadastradas na rede de proteção

    A partir desta sexta-feira (5), mulheres vítimas de violência doméstica, cadastradas na rede de proteção, terão uma forma de comunicação mais ágil com a Brigada Militar de Santa Cruz. Elas poderão encaminhar denúncias para a Patrulha Maria da Penha através de um número de WhatsApp. Um aparelho de smartphone foi adquirido com recursos próprios do município e entregue à corporação pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas. 

    De acordo com o comandante da 1ª e 2ª Companhias da Brigada Militar, capitão Rafael Menezes, a coordenação estadual da Patrulha Maria da Penha já havia distribuído chips de celular para todas as 27 patrulhas do Estado, mas em Santa Cruz do Sul ainda faltava um equipamento adequado para ativar o serviço. A parceria para viabilizar o sistema contou também com a participação do Escritório de Defesa da Mulher, Delegacia da Mulher e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM). 

    Atualmente existem 450 mulheres cadastradas na rede de proteção. A vantagem é que pelo aplicativo o pedido de socorro de quem estiver se sentindo ameaçada poderá ser feito também através de mensagem de texto, de forma silenciosa e sem tanta exposição. Segundo Menezes, em muitas situações a mulher se vê impedida de efetuar uma chamada telefônica por estar em poder do agressor. “As vezes a gente recebe ligações de mulheres falando baixinho ao telefone”, disse. 

    Até então as chamadas eram feitas somente para o 190 da Brigada Militar, que segue sendo o principal canal de denúncias, ou para os telefones particulares dos componentes da patrulha. Cabe lembrar que o novo número é exclusivo para as mulheres que possuem medida protetiva e recebem o acompanhamento da rede.“Agora teremos uma foram de interação mais rápida com essas mulheres, possibilitando um tempo de resposta mais ágil no atendimento”, avaliou o comandante. 

    Para a diretora de Políticas Públicas da Sepop, Rejane Wartchow, a ferramenta vai qualificar ainda mais o trabalho da rede que vem avançando nos últimos anos, com foco maior na prevenção. “O natal e o ano novo eram períodos em que tínhamos muitos casos de violência e este ano não tivemos nenhum, o que mostra que estamos no caminho certo”, observou. 

    Menezes afirmou que Santa Cruz do Sul é das poucas cidades do Estado que conta com uma rede completa de proteção a mulheres vítimas de violência, incluindo uma Casa de Passagem. “Aqui funciona muito bem a integração entre Estado e Município”, avaliou. Ele destacou ainda que em Santa Cruz do Sul a Patrulha Maria da Penha existe há quatro anos e desde então nenhuma mulher cadastrada na rede de proteção foi vítima de feminicídio.