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Calor pode ser causa da morte de peixes no interior

Publicado em: 22 de janeiro de 2018 às 16:45 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 17:53
  • Por
    Luciana Mandler
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Luciana Mandler/ Jornal Arauto
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    Falta de chuva e temperaturas elevadas levam a redução de oxigênio na água. Na localidade de Dois de Dezembro, piscicultor teve prejuízos

    O piscicultor Valdemar Wink, de 63 anos, morador de Linha de Dois de Dezembro, interior de Vera Cruz, teve um prejuízo de cerca de R$ 4 mil depois que 150 peixes de um dos açudes da propriedade, entre carpas e jundiás, morreram. A suspeita é de que a mortandade tenha ocorrido em virtude do calor. O fato ocorreu no mês de dezembro do ano passado, porém, com as temperaturas elevadas nos últimos dias e a pouca chuva, o piscicultor se preocupa com futuras perdas.

    Esta é a segunda perda. Ainda no passado já havia perdido aproximadamente 150 peixes. Segundo Wink, logo percebeu que a morte dos alevinos era decorrente da falta de oxigênio. Ele conta que dos quatro açudes que possui, três estão com a água muito forte. “O pH está alto e a terra no fundo é muito forte”, comenta.

    AS CAUSAS
    Conforme o técnico agropecuário da Emater local, Bruno Flores, o calor pode ocasionar a morte dos peixes sim, e o produtor pode observar se os peixes estão respirando com a boca aberta na superfície do açude. “Caso afirmativo, isto ocorre devido à redução de oxigênio na água, bem como ocorre também do resultado de elevadas temperaturas e ausência de chuvas”, explica.

    No entanto, o técnico agropecuário lembra ainda que outro fator pode interferir negativamente para a falta de oxigênio na água: é a decomposição de matéria orgânica depositada no fundo do açude. “Ou seja, devido a resíduos das fezes dos peixes, excesso de alimento na água, as ações bacterianas liberam muitos gases orgânicos, o que acaba diminuindo o pH da água, ficando assim com a acidez muito elevada, levando a morte dos animais até mesmo no fundo do açude”, aponta. “O ideal seria manter o pH perto de 7,0, sendo fácil monitorar através de medidores de pH”, completa. 

    O MEDO
    Após a segunda perda, ocorrida em dezembro do ano passado, o piscicultor Valdemar Wink está com medo de ter ainda mais prejuízo, já que as condições climáticas não vêm favorecendo. “A água está baixando rápido. Se continuar assim, estou sujeito a perder mais”, diz, preocupado. O produtor de peixes revela ainda que a pouca incidência de chuva prejudica, pois assim que para, os açudes perdem em pouco tempo mais de meio metro de água. “Assim não terei peixe para a Semana Santa”, lamenta.

    O técnico agropecuário Bruno Flores explica que com o clima atual, excesso de calor e ausência de chuvas, como forma de amenizar os danos, seria tentar elevar o nível de água nos tanques ou açudes para aumentar a oxigenação. “Medidas como aumentar a renovação de água fresca e controlar a alimentação dos peixes também são fundamentais, pois com o calor, o consumo de ração (alimento) diminui e se lançado em excesso e a ração não consumida acaba se deteriorando e contaminando ainda mais a água”, reforça.

    A PRODUÇÃO
    Há 20 anos na piscicultura, Valdemar Wink possui quatro açudes e cria, em média, 400 peixes, entre carpas de todos os tipos e jundiás. Segundo ele, para que os alevinos fiquem a ponto de comercialização e consumo, leva aproximadamente dois anos. Por isso da sua preocupação com o calor e altas temperaturas e a perda que o clima pode representar para a Semana Santa, em que a procura por carne de peixe é maior.

    Confira a matéria completa na edição do Jornal Arauto desta terça-feira.