No prato dos estudantes, 96,3% do alimento vem da agricultura familiar

A resolução de 17 de junho de 2013 é clara: do total dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, no âmbito do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), no mínimo 30% deverá ser utilizado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou suas organizações. Pois em Vera Cruz, um recorde foi alcançado: não apenas 30%, como é a exigência mínima do governo, mas 96,3% do alimento comprado para ir ao prato dos estudantes das escolas municipais vem da agricultura familiar. “Tudo o que for alimento in natura, que se sabe a procedência, a forma com que foi produzido, sai na frente em qualidade”, atesta a nutricionista responsável pelo cardápio da merenda escolar em Vera Cruz, Caroline Ortolan. Mas não é apenas qualidade para o que vai à mesa. É incentivo à produção de alimentos e à organização de mercado. 

A Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Vera Cruz (Coopervec) foi fundada em 2012 e em 2014 passou a comercializar itens para a merenda escolar. No início eram 13 produtos (brócolis, couve-flor, couve-manteiga, espinafre, rabanete, repolho, tempero verde, tomate, massa, açúcar mascavo, schmier, mel e melado) e neste ano já serão 40. Fruto de trabalho de incentivo à diversificação e assistência técnica, por parte da Emater/RS-Ascar e Prefeitura, de planejamento para produção constante, de conquista de mercado. Com este avanço, frisa o presidente da Coopervec, a merenda escolar representa a principal renda da entidade, que soma 76 associados. Se no primeiro ano o faturamento da cooperativa foi de R$ 41.926,22 com a venda para a alimentação escolar, em 2017 este montante já chegou a R$ 276.162,40.

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