Política

Bolsonaro diz que Guilherme Schelb é cotado para Educação

Publicado em: 22 de novembro de 2018 às 11:07 Atualizado em: 20 de fevereiro de 2024 às 15:05
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Agência Brasil
  • Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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    Nome ainda é analisado pelo presidente eleito

    O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou nesta quinta-feira (22) que analisa o nome do procurador da República da 1ª Região Guilherme Schelb para o Ministério da Educação. “Guilherme Schelb é cotado, sim”, destacou. Bolsonaro reiterou que a educação escolar deve ser destinada a ensinar disciplinas e que temas relativos a questões de gênero devem ser abordadas pela família.

    “Quem ensina sexo para criança é papai e mamãe”, afirmou o presidente eleito, após reunião no Comando da Marinha. “Escola é lugar de se aprender física, matemática, química e fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal. Esse é o objetivo da educação.”

    Ao mencionar a relevância do Ministério da Educação, Bolsonaro destacou sua preocupação. “É um ministério importantíssimo [o da Educação] porque o futuro do Brasil passa por ali. Situação complicada por ali, porque nas últimas décadas gastou-se mais com educação e a qualidade caiu. Portanto é um ministério que tem de ser muito bem escolhido.”

    Bolsonaro confirmou que conversará ainda hoje com Guilherme Schelb, sem entrar em detalhes.

    Escola sem Partido

    Em discussão, o projeto da Escola sem Partido conta com apoio de correligionários de Bolsonaro, que hoje defendeu a proposta. “Na verdade o nome certo é ‘Escola com Partido’. O que diz o projeto? Se o professor quiser usar o espaço cativo para dizer que o partido A é melhor que o B, o aluno pode fazer o contraponto, dizer que o B é melhor que o A e não sofrer retaliação.”

    Questionado se pretende substituir ideologias nas escolas ao apoiar projetos como o Escola sem Partido, Bolsonaro disse que a própria pergunta já era uma resposta porque o questionamento sobre estar substituindo ideologias “é sinal de que existe a esquerda aí”.

    “Falo muito alto: ‘o que queremos é a verdade’. Agora verdade não é o outro lado. A verdade é a verdade”, destacou o presidente eleito, que o futuro ministro da Educação tem de ser alinhado à proposta.

    Polêmicas

    Bolsonaro negou mal-estar entre sua equipe de governo e a bancada evangélica em decorrência da possível indicação do educador Mozar Neves Ramos, que teve o nome cotado para o Ministério da Educação. Mozar Neves Ramos é diretor do Instituto Ayrton Sena.

    Sobre o boato de indicação de Maitê Proença para o Meio Ambiente, Bolsonaro disse que "nunca" conversou com a atriz. “[Isso] foi para tentar fazer a bancada evangélica contra a minha pessoa”, disse o presidente eleito.

    “Vou colocar pessoas que entendam daquele assunto naquela pasta”, ressaltou Bolsonaro, reiterando que sua escolha é técnica. “Com Educação e Meio Ambiente também.”

    O presidente eleito também falou sobre o “centrão”, que reúne políticos de vários partidos. “[O centrão] tem consciência que se o Brasil continuar com a forma toma-lá-dá-cá de fazer política, continuaremos com o Estado ineficiente e corrupto. É o que nós não queremos.”

    Bolsonaro reconheceu que pode ter dificuldade nas relações com o Congresso Nacional. “Alguns dizem que não vou ter apoio do Parlamento. Pode ser. Não estamos fazendo a política tradicional.”

    Intervenção

    O presidente eleito afirmou que conversará com o ministro da Defesa sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, cujo prazo termina em 31 de dezembro, para verificar se deve ser mantida a presença dos militares na região. “A decisão não será minha. Será nossa.”

    Bolsonaro disse ainda que a escolha dos novos comandantes respeitou os critérios de hierarquia e antiguidade, como prevê as orientações militares. Segundo ele, no seu governo, as Forças Armadas serão respeitadas. “Não podemos prescindir do conhecimento, do patriotismo e dos prpósitos que os militares têm para com o Brasil.”