REGIÃO

Produtores rurais realizam protesto e pedem securitização das dívidas

Publicado em: 19 de maio de 2025 às 12:04
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    Mônica da Cruz
  • Foto: Mônica da Cruz/Grupo Arauto
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    Mobilização iniciou nesta segunda-feira, às margens da RSC-287, em Venâncio Aires

    Foto: Mônica da Cruz/Grupo Arauto

    Agricultores de Venâncio Aires iniciaram, nesta segunda-feira (19), um protesto para pedir a aprovação da securitização das dívidas, além de outras medidas de auxílio por parte dos governos Estadual e Federal. A concentração ocorre às margens da RSC-287, nas proximidades do Restaurante Casa Cheia, em Venâncio Aires.

    A mobilização, conforme o agricultor, Rogério Palhares, uma das lideranças do movimento, não tem data para terminar. “A princípio, vamos ficar aqui até alguma coisa lá de cima, do Governo Federal, alguma posição para nós, alguma auxílio de fato”, reforça.

    Conforme Palhares, os agricultores querem o prolongamento dos prazos para pagamento das dívidas que estão se arrastando há cinco, seis anos. Ele explica que os produtores rurais estão prorrogando as contas, renegociando com bancos e enfrentando juros muitos altos. “Como eu sempre falo, ninguém está se negando a pagar, mas nós queremos um prazo mais longo, com juros acessíveis. Os agricultores do Rio Grande do Sul vêm enfrentando diversos problemas com a seca e com a enchente do ano passado”, detalha.

    Além de Venâncio Aires, produtores rurais de Santa Cruz do Sul, Passo do Sobrado, Vale Verde e Mato Leitão devem participar da mobilização.

    Entenda os pedidos

    De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), o endividamento do setor já se aproxima de R$ 73 bilhões, sendo que grande parte das dívidas vence ainda este ano. A securitização das dívidas foi proposta pelo senador Luís Carlos Heinze (PP), através de um projeto de lei que prevê a prorrogação dos passivos por até 20 anos.

    A proposta está em tramitação no Senado e estabelece a renegociação de até R$ 60 bilhões em dívidas de produtores que tenham sido impactados por eventos climáticos extremos desde 2021. O texto prevê que dívidas de até R$ 5 milhões por CPF, incluindo operações judicializadas e títulos como CPR e CCR, possam ser renegociadas com prazos de até 20 anos, carência de três anos, juros reduzidos de 1% a 3% ao ano, conforme o perfil do produtor e bônus para adimplentes.