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Traumas da enchente ainda afetam saúde mental da população de Sinimbu

Publicado em: 04 de maio de 2025 às 07:00 Atualizado em: 04 de maio de 2025 às 07:49
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Mariana Schneider/Grupo Arauto
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    Como medida, Prefeitura amplia apoio psicológico e reforça acolhimento nas unidades de saúde

    Passado um ano da enchente que devastou Sinimbu e diversas regiões do Rio Grande do Sul, os esforços de reconstrução seguem. No entanto, além das pontes, prédios e veículos danificados, o município também enfrenta as marcas emocionais deixadas pela tragédia. Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o secretário municipal de Saúde, Fabiano Dupont, destacou que as lembranças ainda mexem com a comunidade.

    Segundo o titular da pasta, os impactos na saúde mental da população ainda são evidentes. Ele relata que, mesmo passados doze meses, muitas pessoas revivem os momentos de medo e incerteza causados pela enchente. “Um mês atrás entrou um pouco de água na unidade com chuva muito forte. Ainda tinha umas obstruções em bocas de lobo. E eu cheguei no outro dia e tinha servidores, voluntariamente, limpando a unidade e mais de um deles chorando. E eu me deparei com aquilo e nunca vou esquecer. Eles estavam lembrando daquele dia”, conta.

    Dupont explica que os traumas nem sempre aparecem de imediato. Em muitos casos, o sofrimento emocional surge meses depois. Por isso, a prefeitura tem buscado reforçar o atendimento psicológico na rede pública, com a contratação de novos profissionais e ações voltadas também para o interior do município. “Pessoas muitas vezes lembram e vêm a água. A gente vê pessoas com os olhos marejados. Talvez a gente não entenda, mas não é fácil. Passa um filme na cabeça das pessoas“, aponta.

    Além do acesso ao atendimento, o secretário destacou a importância do acolhimento nas unidades de saúde. Para ele, o modo como a população é recebida faz diferença no bem-estar emocional das pessoas. “Ninguém vai lá para tomar chimarrão. Se você vai a uma unidade de saúde, você tem algum problema. E quando não se tem um acolhimento como deve, aquela tensão já piora a situação. Às vezes, você sendo bem atendido e bem acolhido, talvez já se sinta um pouco melhor”, afirma.

    Ouça a entrevista completa: