Se o museu, por si só, é destinado a contar a história, vamos passear na história do próprio museu, a partir de quem o inspirou
Não escondo que gosto muito de história, especialmente a nossa, da nossa terra, da nossa gente, aquela que palpita na comunidade. Em Vera Cruz, minha terra, desde 2022 a Casa de Cultura reúne muito do nosso passado em fotos, móveis, utensílios. Em história. Além de ser um belo prédio, restaurado, digno de visitação. Mas antes dessa casa, existiu o museu. E existiu quem amava colecionar antiguidades, a tal ponto que seu nome batizou o local que guarda o acervo.
Se o museu, por si só, é destinado a contar a história, vamos passear na história do próprio museu, a partir de quem o inspirou. Pois foi em junho de 1994 que foi inaugurado o Museu Municipal Emílio Osmundo Assmann, que comporta objetos e utensílios resultantes da colonização alemã, da presença do índio em Vera Cruz, das lides no campo, de entidades e instituições, fotos históricas, instrumentos musicais, ferramentas, móveis e eletrodomésticos obsoletos. Naquela ocasião, representando a família Assmann, Bernadete, filha de Emílio, falou da figura simples e carismática do pai, que adorava colecionar objetos de valor histórico, segundo relatado na matéria publicada pelo Nosso Jornal.
Há poucos anos, pedi para Bernadete descrever o seu pai a quem não teve o prazer de conhecê-lo. Antes dos anos 70, relembra ela, sua madrasta o incentivava a passear pelo interior. Ele, que sofria de depressão, se deparou com a beleza dos relógios antigos e, como comerciante, trocava por outros produtos.
Com essas trocas e com tantos outros itens que foi comprando ao longo dos anos, foi colecionando objetos na própria casa, onde acabou criando seu museu particular, e que mais tarde a família doou para o acervo municipal.
Mas quem era seu Emílio?
Era um comerciante nato, herdou o talento e os negócios do pai. Nascido em 4 de dezembro de 1915, filho de Pedro José Assmann (que fundou a famosa e agora extinta Casa Assmann) e Margarida Assmann. Lia muitos livros e gostava muito de histórias, especialmente as verídicas, e era um ótimo contador de piadas, revela Bernadete.
“Era um historiador”, aponta a filha. Sem contar que era um super pai para os nove filhos, revela ela. Emílio faleceu em 22 de fevereiro de 1994.

MUSEU FOI BATIZADO COM O NOME DE EMÍLIO ASSMANN | DIVULGAÇÃO