Antes mesmo de você nascer, já tinha gente torcendo por você.
Torciam para que fosse menino, ou menina. Para que puxasse a beleza da mãe, o bom humor do pai. E, acima de tudo, torciam para que você viesse com saúde.
Depois, torceram pelo seu primeiro choro, pelo primeiro sorriso, pelo primeiro passo. O seu primeiro dia de escola foi um evento de torcida. O primeiro gol, então, foi uma comemoração digna de final de campeonato.
E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer. Começou torcendo para ganhar presentes, para flagrar o Papai Noel. Torcia o nariz para verduras, mas torcia por hambúrguer e refrigerante. Torceu até para um time, e nesse dia percebeu que nem todo mundo torce igual a você.
Seus pais torciam para você ser educado, estudar, crescer bem. Seus amigos torciam para você quebrar algumas regras, dar risada, se divertir. No fundo, todos torciam para você ser alguém bacana.
Com o tempo, você também começou a torcer pelo seu futuro. Torceu para passar no vestibular, para arranjar um bom emprego, para encontrar alguém especial.
E quando encontrou esse alguém, torceu para dar certo. Torceu para não ser tarde demais, para que os defeitos não fossem maiores que as qualidades. Torceu para construir uma vida juntos.
E então, do outro lado da história, percebeu que agora era você quem torcia por alguém. Porque a vida é assim: uma corrente de torcida que nunca acaba.
Pode ser que algumas coisas ainda não tenham acontecido. Mas acredite: ainda tem muita gente torcendo por você.
E eu sou uma delas.
