Por meio de imagens e lembranças, vamos reviver o concurso de Soberanas de Vera Cruz e a transformação que ele teve ao longo dos anos por meio dos trajes das eleitas
A missão de hoje é promover uma retrospectiva das 15 cortes de Soberanas de Vera Cruz para mostrar, por meio de imagens e lembranças, a transformação que o concurso teve, os trajes, o visual…. ainda que a essência dessa missão, de representar Vera Cruz, permaneça intocável.

1991 – rainha Aline Forsthofer e princesas Fabiana Heinen e Silvane Frantz | Divulgação
Que venha a 16ª corte! Mas, enquanto isso, quem topa uma sessão nostalgia? Foi em 1991, dia 1º de junho, que a loira de olhos claros, de apenas 16 anos, Aline Forsthofer, ao pisar na passarela montada no Clube Vera Cruz com seu vestido branco, conquistou os jurados e foi eleita a primeira Rainha de Vera Cruz. Ela e suas princesas, Silvane Frantz e Fabiana Heinen, fizeram história e abriram caminho para tantas meninas que as sucederam ao longo destes anos.

1992 – rainha Tagiana Thier e princesas Fabiane Pauli e Larissa Franke | Divulgação
Em 1992 já foi eleito novo trio, formado pela rainha Tagiana Thier e as princesas Fabiane Pauli e Larissa Franke. Passados três anos, em 1995, o terceiro trio foi escolhido, desta vez como rainha Fabiana Machado e princesas Loriane Vollbrecht e Poliana Forsthofer. O que os três trios têm em comum, além da óbvia beleza de suas protagonistas? Pois separei as fotos ao lado para mostrar ao máximo os trajes dos primeiros trios de soberanas de Vera Cruz. A inspiração na cultura germânica, presente na nossa colonização, é evidente nos modelos dos vestidos. Os primeiros deles, com direito a avental. E as mangas bufantes? E os babados? E a nobreza do veludo utilizado em parte dos vestidos? E os cabelos cacheados com direito a franjinha? São detalhes que caracterizavam a concepção dos trajes naquela época e o visual que predominava entre as jovens. Para quem duvida, a moda ajuda a escrever, e muito, a história.

1995 – rainha Fabiana Machado e princesas Loriane Vollbrecht e Poliana Forsthofer | Divulgação
Larissa conta uma das curiosidades: o trio tinha a coroa de gala, de strass, para os eventos mais formais, e uma coroa de flores, bem no estilo germânico, para os bailinhos.
Do germânico à realeza

1997 – rainha Alinelly Lehmen e princesas Patrícia Mueller e Vânia Heinen
Quando eu digo que a moda ajuda a contar a história, não estou brincando. Nos trajes de gala das soberanas de Vera Cruz também conseguimos observar as transformações e evoluções. Passados os três primeiros trios, chegamos ao ano de 1997, quando a representante do Coral Municipal de Vera Cruz, Alinelly Lehmen, foi coroada rainha, tendo Patrícia Mueller e Vânia Heinen como princesas, representando a Acea e o Clube Vera Cruz, respectivamente. Na passarela, o que ainda perdurou por alguns concursos, as candidatas desfilavam com o padronizado traje germânico. Mas o vestido oficial começou a aparecer com outras referências.

1999 – rainha Mânon Regert e princesas Ariana Gomes e Daniela Mueller | Divulgação
O vestido de veludo roxo com detalhes em branco – com tonalidades diferentes entre Rainha e Princesas – ainda trazia as mangas bufantes e babados vieram a substituir o avental de outrora. Os brilhos e bordados vieram com mais força e o modelo quis remeter a um conto de fadas. Mas do modelo original, relembrou Alinelly, a gola alta junto da nuca (chamada de popped collar evil, pode pesquisar no Google para ter a ideia) prevista no desenho, foi retirada na hora da costureira Lúcia Konzen confeccioná-los.
Em 1999, as comemorações pelos 40 anos de Vera Cruz tiveram novos rostos para divulgar o município. A representante do Clube Vera Cruz, Mânon Regert, foi eleita Rainha, tendo Ariana Gomes, da Acea, e Daniela Mueller, da equipe de gincana Comando Abutre, como princesas. O vestido deste trio particularmente me impressiona até hoje, considero dos mais elegantes, atemporal. O veludo preto em contraste com o branco, tendo detalhes dourados é o retrato da imponência.

2001 – rainha Carolina Sehnem e princesas Jaqueline Rieck e Michele Sehnem | Divulgação
E, modéstia à parte, imponência que seguiu em 2001, no nosso traje. Eu, Carolina Sehnem (Almeida após casada), representante da equipe de gincana Los Refugos, e das minhas princesas, a Michele Sehnem, do Clube Vera Cruz, e a Jaqueline Rieck, da Liga Feminina de Combate ao Câncer. O verde escuro com dourado ficou lindo demais, sempre será atual e clássico.
Curiosidade: não era um vestido, mas sim saia e blusa. Mas o modelo se ajustava de tal forma que ninguém percebia isso. Temos curiosidades também! No dia da escolha, recebemos a faixa com escrita em vermelho. No entanto, depois que foi escolhida a cor do traje oficial, se entendeu que destoaria demais a faixa, aí nos foi confeccionada uma segunda, em dourado. Outra curiosidade: ao participarmos da Oktoberfest, em Santa Cruz, quando fomos servir o almoço no buffet, o vestido da Jaqueline pegou fogo no meio do Pavilhão Central. Começamos a bater nele para não estragar demais. Mas o resultado é que a nossa querida Lúcia Konzen teve que colocar um bordado extra nos três vestidos, bem na frente da saia, para tapar o queimado no traje da Jaque, e padronizar os demais. Até hoje a história nos rende risada!

2003 – rainha Luana Krause e princesas Heloisa Assmann e Djamile Birkholz | Divulgação
Os vestidos, todos em cores mais chamativas, deram o tom das próximas cortes. O primeiro, da rainha Luana Krause, que representou a Associação dos Moradores do bairro Araçá, a Amovar, e das princesas Heloísa Assmann, representante da Liga Feminina de Combate ao Câncer e Djamile Birkholz, da Aced, trio eleito em 2003, no Clube Vera Cruz, era em tom salmão, ainda com a forte presença da renda em sua composição.

2006 – rainha Juceila Bueno e princesas Danieli Eichwald e Nádia Almeida | Divulgação
Passados três anos, mais uma linda corte foi escolhida, desta vez em novo local, no ginásio do Parque de Eventos, em 2006. A rainha Juceila Bueno representou o extinto jornal Novo Tempo, enquanto as princesas Danieli Eichwald representou a Escola Aula Evangélica (hoje IMI) e Nádia Almeida a Associação dos Moradores da Vila Triângulo. O vestido vermelho, já sem o uso de renda, mas todo bordado em prata, dispensou as mangas e adotou longas luvas, a exemplo da corte anterior. Mas houve uma novidade: pela primeira vez um trio recebeu traje de passeio, que era curto e prateado. Veio justamente em ano de Feiracruz no Parque de Eventos.

2008 – rainha Suzana Schwengber e princesas Elisandra Rauber e Rosana Blank, e embaixatrizes Pâmela Vargas e Francine Konzen | Divulgação
Em 2008, quando nova corte foi eleita, outra novidade aconteceu. Não seriam escolhidas três, mas cinco soberanas. Além de Rainha e Princesas, duas Embaixatrizes ganharam espaço no concurso, também com final no ginásio do Parque de Eventos. Foram eleitas a rainha Suzana Schwengber, representante da S. E. R. Boa Vontade; as princesas Elisandra Rauber, pela AB Produções Digitais, e Rosana Blank, pela Cascata Cantinho Colonial. Como embaixatrizes foram escolhidas Pâmela Gava de Vargas, da Associação dos Servidores Municipais, e Francine Konzen, representando a equipe de gincana Los Refugos. Os trajes eram em tons de roxo e lilás e a parte de cima valorizou o ombro a ombro.
Contrastes

2010 – rainha Ana Luiza Rabuske e princesas Camila Ohlveiler e Luana Gomes | Divulgação
Mais três trios enchem de cor, elegância e contraste na retrospectiva dos trajes reais. Basta olhar para as três imagens e a paleta de cores se transforma, do quente ao frio. Um trio de morenas reinou em Vera Cruz em 2010. A representante da equipe de gincana Los Refugos, Ana Luiza Rabuske, foi eleita Rainha de Vera Cruz, tendo como princesas Camila Abbade Ohlveiler e Luana Gomes, da Associação dos Moradores do Bairro Bom Jesus e do Clube Vera Cruz, respectivamente. Os vestidos, de um rosa forte, com bordados em dourado, traziam aplicação de flores junto da gola e, na barra, camadas de babados. Mas o curioso, recorda a rainha Ana Luiza, era que as mangas do seu vestido eram largas (diferente das princesas) e que era complicado servir um prato de comida nos eventos. “Eu pedia ajuda das gurias pra servir (e normalmente puxava a manga e tentava segurar com a mesma mão que segurava o prato), quase um malabarismo”, diverte-se.

2012 – rainha Maiara Conrad Daniel e princesas Camila Siznandes e Luana Wink | Divulgação
Em abril de 2012, as morenas deram espaço para as loiras. A 11ª escolha das Soberanas de Vera Cruz, no ginásio do Parque de Eventos, elegeu como rainha a representante do Instituto Sinodal Imigrante, Maiara Conrad Daniel, e as princesas Camila Siznandes, representante da Associação dos Moradores do Bairro Bom Jesus, e Luana Wink, da Dinâmica Imóveis. As flores e as rendas também estavam presentes no traje em que predomina o marrom e o dourado.

2014 – rainha Gláucia Goulart e princesas Amanda Trevisan e Ana Paula Vitalis | Divulgação
Depois de alguns anos de vestido de gala na noite do concurso, em 2014 as candidatas voltaram a ter traje padronizado, mas moderno, para desfilar, só mudando a cor. O evento também se transformou e virou um espetáculo com dança e luz. Glaucia Goulart, representando a Associação dos Moradores do bairro Cipriano de Oliveira, recebeu a coroa de Rainha do Município, ladeada pelas princesas Amanda Trevisan, representante da D’Fábrica Confecções, e Ana Paula Vitalis, da Refrigeração Kessler. O vestido é considerado até hoje um dos mais belos, e teve o azul como escolha. Trouxe a referência do produto turístico da época: o roteiro Caminho das Águas — dando força aos balneários vera-cruzenses. Mas a curiosidade é que, especialmente ao público infantil, o vestido das soberanas remetia, realmente, a um conto de fadas, inspirado em Frozen. Não faltaram meninas comparando as beldades com a personagem Elsa.
O trio ternura, A Bela e a Fera e a Caixa D’Água

2017 – rainha Évelin Pritsch e princesas Elizandra Woyciekoski e Ritiéli Cortes | Divulgação
Foi em março de 2017, no Ginásio do Parque de Eventos, que em um espetáculo inspirado nos bailes de Villa Thereza foi eleito e apelidado o “trio ternura”. As meninas conquistaram os jurados pela delicadeza, pelo carisma e a sensibilidade. Évelin Luana Pritsch, representando a equipe de gincana Largados, foi escolhida Rainha. Ao lado dela, as Princesas Ritiéli Daiani Cortes, representante do Clube Cultural e Esportivo Vera Cruz e da equipe Kabonghi, e Elizandra Andréia Woyciekoski, que desfilou pela equipe Los Refugos, completaram o trio. O vestido refletia a delicadeza do trio, com tons pastéis, rendas, flores e tecido plissado. “Nosso vestido foi feito em homenagem aos agricultores que plantam o tabaco. O rosa é o tom da flor do fumo”, recorda Évelin.

2019 – rainha Ana Caroline Thomsen e princesas Larissa Fengler e Milena Machado | Divulgação
Dos tons de rosa para o amarelo ouro, inspirado no conto de fadas da Bela e a Fera. Em 2019, o concurso que elegeu o novo trio, formado pela rainha Ana Caroline Thomsen, representante da Equipe Selvagens, e as princesas Larissa Fengler, representante da Cascata Cantinho Colonial, e Milena Machado, representando a Equipe Kaimana e o Grupo das Marias, celebrou os 60 anos de Vera Cruz. Como inovação, um concurso para eleger o desenho do traje oficial. Dos cinco desenhos inscritos, o modelo vencedor foi desenhado por Leonardo Silva.
No texto de apresentação da proposta, o artista disse: “Luz! Inspirado em um dos contos de fadas mais conhecidos e singulares, o vestido apresenta justamente a cor amarela, o que vai em encontro com o tema proposto para a 14ª Escolha das Soberanas. O clássico A Bela e a Fera traz as principais características que uma bela soberana deve ter: humildade, persistência, coragem e um coração lotado de amor. A personagem Bela enxerga além do que os olhos podem ver, ao compreender a Fera e vê-la com os olhos do coração”, afirmou.

2022 – rainha Daniéli Schroeder e princesas Isadora da Silva e Mariana Tatsch | Carolina Almeida/ Grupo Arauto
Por fim, no dia 26 de março de 2022 foi eleito o 15º trio de Soberanas. A rainha escolhida foi Daniéli Daiani Schroeder – representante da Cross Life Vera Cruz – e as princesas Isadora da Silva – que representou o Instituto Sinodal Imigrante – e, ainda, Mariana Luiza Tatsch – representante da Agro Comercial Tatsch e de Emanuel Gonçalves Studio de Beleza. Os vestidos, nas cores vermelho e amarelo, trazem à frente um bordado da caixa d’água, símbolo do Município.
E o que vem em 2025? Qual a cor? O modelo? A inspiração?