Documento é assinado por Alberto Heck (PT), mas foi um processo liderado pelo suplente Frederico Barros
Uma indicação apresentada na sessão da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul desta semana sugere que o livro “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, seja incluído no acervo das bibliotecas da Rede Municipal de Ensino, com destaque para as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), o Núcleo Municipal de Educação de Jovens e Adultos (Cemeja) e a Biblioteca Pública Municipal Professora Elisa Gil Borowski. O documento é assinado pelo vereador Alberto Heck (PT), mas foi um processo liderado pelo suplente Frederico Barros.
Na justificativa, o vereador destacou que a obra tem papel fundamental na promoção da democracia e na construção de uma cultura de memória, verdade e justiça no país. “Sabemos que o Brasil ainda enfrenta lacunas significativas na abordagem dos silêncios e omissões sobre a ditadura. Livros como “Ainda Estou Aqui” não apenas contribuem para a compreensão desse período, mas também inspiram as novas gerações a defender os direitos humanos e fortalecer os valores democráticos”, diz um trecho do documento.
Ainda de acordo com a indicação, a proposta está alinhada às diretrizes da “Comissão Nacional da Verdade”, que recomenda ações educativas para ampliar o entendimento sobre o regime ditatorial e seus impactos. Segundo o parlamentar, a proposta tem o objetivo de estimular o debate sobre a história recente do país e fortalecer os valores democráticos no ambiente escolar. “Com uma narrativa envolvente e emocionante, ‘Ainda Estou Aqui’ é um relato sobre memória, superação e a importância de enfrentar os silêncios da história, configurando-se como uma obra que pode contribuir para a ampliação de conhecimentos, especialmente de adolescentes, jovens e adultos, sejam alunos, professores, técnicos ou demais membros da comunidade“, apontou o documento.
A obra
“Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, é uma obra que mescla memórias pessoais e a história política do Brasil. O autor revisita sua própria
trajetória enquanto narra a luta de sua mãe, Eunice Paiva, após o desaparecimento de seu pai, Rubens Paiva, vítima da ditadura militar. Paiva teve seu mandato de deputado federal cassado, foi perseguido, torturado e morto pelo aparato repressivo do Estado brasileiro à época, com seu corpo desaparecido até hoje. O livro expõe a dor da perda, a resistência contra a repressão e a busca por justiça. Além do contexto histórico, Marcelo reflete sobre sua própria vida, incluindo sua relação com a deficiência física após um acidente que o deixou tetraplégico, conforme relata em mais detalhes em seu outro best-seller, “Feliz Ano Velho”, publicado originalmente em 1982.
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