Jornalista da região resgata história do Caso Kliemann em livro

Em 1963 um caso criminal chocou a comunidade de Santa Cruz do Sul com repercussões por todo o estado. O deputado estadual Euclydes Kliemann foi assassinado a tiros dentro de uma rádio do município, momento que foi transmitido ao vivo. Um ano antes, sua esposa, a santa-cruzense Margit havia sido morta misteriosamente em Porto Alegre, em um caso que até hoje segue sem respostas.

Este é o contexto resgatado no livro O Caso Kliemann e seus personagens misteriosos. Escrito pelo jornalista, escritor, mestre e doutor em Letras, Ricardo Düren, a obra publicada em 2024 lança nova luz sobre o caso que deixa muitas dúvidas até os dias atuais.

O caso Kliemann começa em 20 de junho de 1962, quando a Margit é encontrada sem vida, em Porto Alegre, onde a família residia. “Nessa noite, ela é encontrada morta pelo próprio marido. Um assassinato misterioso e brutal. Ela foi espancada, jogada do alto de uma escada, e a polícia nunca chegou ao verdadeiro autor. Então, ao longo de toda a investigação, o deputado Euclydes Kliemann é considerado pela polícia o principal suspeito”, relembra Düren.

Após o trágico ocorrido, no ano seguinte, o caso culmina com o assassinato de Euclydes Kliemann, durante um programa de rádio, que promovia debates políticos. Na ocasião, o vereador Floriano Peixoto Karan Menezes, conhecido como “Marechal”, discursava ao microfone quando começou a rebater acusações feitas momentos antes contra Kliemann, também presente. “Durante a discussão, Marechal afirmou que Kliemann era suspeito na morte de sua esposa. Ouvindo a acusação, o marido de Margit invadiu o estúdio da rádio e, nesse momento, foi alvejado por Marechal, que portava um revólver”, conta Düren.

O Caso Kliemann e seus personagens misteriosos

De acordo com o escritor, o objetivo com a obra era falar sobre os bastidores do caso, recuperando os suspeitos que foram detidos e interrogados e as investigações dos crimes à época. Um dos personagens que figura no livro é a dama de vermelho, que acabou se tornando uma lenda urbana em porto alegre, que seria uma mulher que foi vista saindo da cena do crime toda vestida de vermelho. “É um caso que mexeu muito com o Rio Grande do Sul nos anos 60, um período de muita turbulência política no estado e que, ainda hoje, intriga muitas pessoas”, salienta.

Na obra mais recente, livro de não ficção ilustrado com dezenas de fotografias e reproduções dos jornais da época, Ricardo Düren traz os detalhes do caso policial que chocou o Rio Grande do Sul nos anos 1960.  A obra com 248 páginas publicada pela editora Clube de Autores está disponível para compra on-line pelo site da Amazon ou pelo site da editora.