Em entrevista à Arauto News, delegada Lisandra revelou detalhes de investigação que tramitou em sigilo por mais de dois anos
Morto em um incêndio causado por ele mesmo em uma cela da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) em 18 de janeiro, Cássio Alexandre Ribeiro, de 44 anos, conhecido pelo apelido de Vida Loca, foi apontado em uma investigação como mandante de um homicídio em Vera Cruz.
A revelação foi feita pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho em entrevista à Arauto News 89,9 FM. No caso de incêndio na Pasc, Vida Loca ateou fogo em um colchão e morreu em decorrência das queimaduras. Estava sozinho na cela e teria protestado contra a falta de água no complexo prisional. O acusado vinha sendo apontado como comandante do tráfico de drogas em Venâncio Aires.
Ele tem graves antecedentes em sua ficha, por crimes como assalto e tráfico de drogas, e foi apontado pela polícia como mandante do incêndio a loja da família de um policial militar em 24 de junho de 2022, em Venâncio Aires. O homicídio em Vera Cruz aconteceu menos de um mês depois do incêndio em Venâncio, em 13 de julho de 2022, e a investigação tramitou em sigilo por mais de dois anos.
Na data, o corpo de Paulo Luiz Lima, de 32 anos, foi encontrado em uma vala às margens da ERS-412, em Linha Fundinho, interior de Vera Cruz. A execução foi empregada com tortura e requintes de crueldade, pois o cadáver estava carbonizado, tinha o pescoço quebrado e apresentava marcas de tiro e facadas na cabeça. Conforme a delegada Lisandra, o caso teve como pano de fundo o acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas.
Segundo apurado, Paulo Luiz Lima teria, supostamente, usado o nome de Vida Loca em uma negociação. “Na data do fato, a vítima, que era de Venâncio, foi trazida de lá para Vera Cruz. Começamos essa investigação complexa, e acabamos identificando um taxista que fez essa transporte. Nos depoimentos obtidos, ficou claro que quem ordenou esta execução foi esse homem de alcunha Vida Loca”, detalhou a delegada.
Segundo envolvido irá responder o caso
Com dados técnicos de geolocalização e antenas que captaram ligações, foi possível identificar um ponto em Vera Cruz, próximo de onde o corpo foi desovado, em que mora um indivíduo ligado ao tráfico de drogas. “Este segundo homem, que atualmente está recolhido ao sistema prisional, também foi envolvido, tendo ligação direta à execução”, complementou Lisandra de Castro de Carvalho.
Conforme a chefe da delegacia de Vera Cruz, o inquérito do homicídio foi remetido ao Poder Judiciário em 18 de dezembro de 2024, um mês antes da morte de Vida Loka. Em virtude do falecimento do mandante, a punibilidade para ele foi extinta. No entanto, o outro acusado, apontado como executor, e que está preso na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), irá responder o caso. O nome deste foi mantido em sigilo.
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