Colunista

Moacir Leopoldo Haeser

COLUNA

O Menino e o Velho

Publicado em: 26 de dezembro de 2024 às 13:30
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O consumismo moderno muitas vezes esquece do aniversariante. Mas na celebração natalina a família se reencontra.

Não se pode criticar os comerciantes por serem tão criativos, mas na verdade tudo vira motivo para incrementar as vendas e incentivar o consumidor.

Assim temos o Dia dos Namorados, o Dia das Mães, o Dia dos Pais, o Dia das Crianças, e por aí afora e, é claro, o Dia de Natal. O interessante é que muitas vezes é esquecido o aniversariante em nome de um consumismo exagerado.

Mas quem é esse Papai Noel que acabou roubando a cena?

Nos Estados Unidos é Santa Claus que, apesar do nome, não é mulher. O nome vem da palavra holandesa Sinterklaas, uma variação do nome de São Nicolau na Holanda.

São Nicolau era de ascendência grega e proveniente da atual Turquia, no Império Romano. Foi um bispo cristão que ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças.

Devido à sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi canonizado pela Igreja Católica. É o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega.

O nome Papai Noel passou para o Português do Francês Père Noël. A primeira quer dizer “Pai”, tratamento familiar e afetuoso para um ancião.

Noël é a palavra francesa para Natal, e vem da expressão latina natalis dies, “dia do nascimento”, dia da natividade, do Latim nativitas.

O consumismo moderno muitas vezes esquece do aniversariante.

A história bíblica nos traz a angústia e as dificuldades da Sagrada Família para trazer ao mundo e proteger o Menino Jesus, nascido entre os animais e tendo como berço uma simples manjedoura.

Sua importância para o mundo é logo anunciada pela vinda dos Reis Magos do Oriente, guiados por uma estrela, trazendo preciosos presentes. A necessidade de fuga para o Egito e o morticínio de recém-nascidos pelo Rei Herodes, já prenunciavam a tragédia que o esperava.

Seu nascimento sem luxo é uma lição de humildade. Quem esperava um príncipe, que libertaria o povo de Israel, viu um Messias humilde, que oferecia a outra face e pregava o amor a seus inimigos.

O Natal é principalmente uma reunião de família, onde os mais velhos relembram e contam suas histórias e as crianças brincam e tremem de receosa expectativa pela chegada do Papai Noel, com seus presentes.

No interior, o verde do potreiro, onde pastam algumas ovelhas e outros animais, forma uma só tela com os morros que circundam o lugar, ouvindo-se ao fundo a água cristalina que serpenteia entre as pedras, delícia das crianças no calor de dezembro.

Os familiares vão chegando já na véspera, trazendo suas contribuições para a ceia de Natal. O cordeiro, em mãos experientes dos carneadores, não solta um som, contribuindo com seu corpo para a congregação da família.

Cada um ajuda como pode na ornamentação do local e na escolha e colocação de enfeites no pinheiro, especialmente plantado para isso.

A armação do presépio vivo, por uma das dedicadas avós, e as crianças, fielmente paramentadas e bem ensaiadas por uma das tias, apresentam, desde a cena da anunciação a Maria, até o nascimento de Jesus, com a chegada dos reis, dando ênfase ao significado religioso da festa, atuando os poodles como as ovelhas do presépio.

A chegada do Papai Noel causa um frenesi nas crianças, sendo saudado por alegres cânticos de Natal.

Tradicional na região, a chegada do Terno de Reis alegra a Ceia de Natal, repleta de frutas e quitutes, organizada com esmero pelas mulheres, enquanto os homens assam a carne ou trocam experiências, enquanto degustam uma cerveja artesanal.

As músicas, executadas pelos sobrinhos, os cânticos, os jogos e as brincadeiras, tornam a festa de Natal alegre e divertida para todos.

A inocência das crianças fica bem caracterizada na frase de nosso neto menor: “O Natal é bom porque todo mundo ganha presente e ninguém gasta dinheiro”.