O rio-pardense Vitor Pritsch Miguel foi inspirado muito cedo a voar. Foi o tio, Dalson, considerado um exímio piloto agrícola da região, que o levava ao Aeroclube de Rio Pardo. “Lá, a magia da aviação capturou minha imaginação. Desde então, segui essa paixão com determinação. Minha família foi um pilar essencial nessa jornada; sempre me incentivaram e apoiaram em cada passo. Meu sonho se tornou realidade quando me tornei instrutor de voo em Porto Alegre, dando início à minha carreira profissional. Daí em diante, ingressei na Azul Linhas Aéreas, depois voei pela TAM e, atualmente, tenho a honra de trabalhar na Qatar Airways, a melhor companhia aérea do mundo”, descreve Vitor, que já está há uma década no Oriente Médio.

Mas para chegar lá, o rio-pardense conta que cada etapa da sua carreira proporcionou experiências únicas e desafiadoras, com destaque para algumas. “Como instrutor de voo, tive o privilégio de formar novos pilotos e compartilhar minha paixão pela aviação. Já como piloto comercial, vivenciei momentos inesquecíveis, como voar para aeroportos complexos ao redor do mundo. Durante a pandemia, porém, enfrentei um cenário completamente novo. A aviação mudou drasticamente, e o impacto global foi avassalador. Transportar suprimentos médicos e repatriar passageiros foram missões que reforçaram a importância do nosso trabalho, mesmo em tempos difíceis”, descreve.

PILOTO É DE RIO PARDO | ACERVO PESSOAL

Hoje, Vitor é Comandante Instrutor de Voo na Qatar Airways. Sua função vai além de comandar aeronaves; também treina e avalia pilotos, assegurando que mantenham o mais alto nível de competência e segurança operacional. “Opero globalmente, cruzando todos os oceanos e pousando em aeroportos desafiadores, o que demanda muita preparação e experiência”, frisa ele.

Para o gaúcho de Rio Pardo, a aviação é uma profissão que exige aprendizado contínuo, e isso é algo que lhe desafia e motiva. Cada voo apresenta variáveis únicas: meteorologia, aeroportos desafiadores e decisões críticas a serem tomadas em frações de segundo. “Além disso, como instrutor, tenho a responsabilidade de passar adiante não só o conhecimento técnico, mas também valores de segurança operacional”, considera.

Uma nova cultura

Ao deixar o Brasil para viver no Oriente Médio, Vítor experimentou uma transformação significativa em sua vida. “Adaptei-me a uma cultura completamente diferente, com novas tradições e valores. Essa experiência me proporcionou crescimento pessoal e profissional. Trabalhar na Qatar Airways me permitiu operar globalmente e viver uma rotina única, viajando para todos os continentes. Agradeço minha esposa Daniela por estar ao meu lado me apoiando durante toda essa jornada. Quanto a voltar ao Brasil, o desejo de estar mais próximo da família e da minha terra-natal sempre está presente. No entanto, sigo aberto a novos desafios e aspirações que possam surgir. Minha prioridade é continuar crescendo na carreira e contribuindo para a aviação, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Espero que minha história de vida inspire futuros aviadores na busca dos seus sonhos”, arremata.