Campo energético

Ampliação do mercado livre de energia deve se tornar uma opção mais viável aos consumidores

Publicado em: 07 de novembro de 2024 às 11:52 Atualizado em: 07 de novembro de 2024 às 11:56
  • Por
    Kássia Machado
  • Colaboração
    Eduardo Wachholtz e Leandro Porto
  • Gabriel Bathú Paulus l Eduardo Wachholtz/Grupo Arauto
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    Representantes da cooperativa Coprel, Gabriel Bathú Paulus e Luciano Darlan explicam as possibilidades

    A força das cooperativas, já consolidada e conhecida em diversos setores produtivos e econômicos do país, também tem se destacado no campo energético. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o orientador comercial da Coprel, Gabriel Bathú Paulus, e o responsável pelo comercial de energia da empresa, Luciano Darlan, falaram sobre o mercado livre de energia.

    O mercado livre de energia é um ambiente de negócios que permite a negociação direta de energia elétrica entre consumidores e geradoras ou comercializadoras.

    Conforme explicam Gabriel e Luciano, esse mercado teve uma abertura gradual e, atualmente, todas as unidades consumidoras, sejam elas CNPJ ou CPF, podem acessar o mercado livre de energia, desde que sejam consumidores do grupo A. “Ou seja, eles possuem suas próprias subestações e têm, na fatura de energia, um contrato de demanda. Esses são os que podem acessar. No entanto, futuramente, há previsões para que, entre 2026 e 2028, a escala permita a entrada de outros tipos de consumidores”, explicam.

    Segundo os profissionais, a partir de 2026, uma parcela dos consumidores classificados como industriais e comerciais poderá comprar energia de qualquer fornecedor. Já entre 2028 e 2030, todas as residências, tanto urbanas quanto rurais, terão acesso ao mercado livre de energia.

    De acordo com Gabriel e Luciano, o fornecimento pelo mercado livre de energia deve ser mais barato do que o atualmente oferecido pelas concessionárias. “Há uma bilateralidade na negociação, então você pode escolher o fornecedor e negociar o valor a pagar. Vale lembrar que existe uma divisão entre o mundo físico e o contratual. As nossas entradas de energia permanecerão ligadas à distribuidora local”, detalham.

    “Ou seja, se temos uma casa conectada à RGE, essa unidade permanecerá fisicamente ligada à RGE, e vamos pagar uma parcela pelo uso da rede, o aluguel do fio para essa distribuidora. Já a energia em si, podemos escolher de qual fornecedor e fonte vamos adquirir, dentro do cenário nacional”, completam.

    Sendo assim, o consumidor terá que pagar por dois serviços: um pelo uso da rede e outro pela geração de energia. No entanto, a soma de ambas as faturas deve resultar em reduções de até 40% em relação ao consumo anterior.

    Atualmente, o serviço está disponível apenas para aqueles que possuem transformador próprio, como grandes indústrias, a exemplo de metalúrgicas e processadoras de fumo.

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    A Coprel

    A Coprel é uma cooperativa localizada em Ibirubá e atende 72 cidades. Fundada há 56 anos, nasceu com o objetivo de atender consumidores e produtores rurais em municípios e áreas onde as grandes distribuidoras de energia da época não tinham foco.

    A cooperativa atua no mercado como distribuidora de energia e possui 80 megawatts de geração própria, com foco em geração hídrica. Além disso, conta com outros três segmentos: a Coprel Telecom, uma empresa de telecomunicações que oferece internet via fibra óptica, TV a cabo e telefonia fixa e móvel; a Coprel Soluções, voltada ao atendimento de grandes empreendimentos e à manutenção de usinas hidrelétricas e subestações; e a Coprel Comercializadora, destinada à comercialização de energia no mercado livre de energia.