Colunista

Luciano Almeida

Bastidores do futebol

ESPORTE

O trabalho que transforma bons jogadores em um bom time

Publicado em: 21 de outubro de 2024 às 15:57
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No futebol, o trabalho pode fazer os bons jogadores renderem tudo o que podem. Mas a falta torna as individualidades menores do que poderiam ser

O trabalho faz o que é bom ser ainda melhor. A falta de trabalho faz o que é bom se tornar menor. No futebol e na vida. Veja-se, por exemplo, o caso do Inter, que depois de uma abertura de temporada promissora, da formação de um grupo muito qualificado e que o credenciava a títulos importantes e de ser eliminado de forma constrangedora em três competições, decidiu recomeçar. Trocou Eduardo Coudet por Roger Machado e uma comissão técnica que tem, entre outros nomes, Paulo Paixão, um vencedor no futebol. Trouxe D’Alessandro para ser o elo do campo com o restante do clube, incluindo a torcida. E contratou um executivo de futebol. Refeito, no meio da temporada, todo o departamento de futebol, o Inter passou a trabalhar. Trabalhar mais e melhor. Trabalhar em todas as frentes que um clube de futebol que pretenda ser vencedor precisa enfrentar. E trabalhando muito e pensando nas muitas variáveis e nos diversos setores que precisam de eficiência, mas de repetição, de energia e de dedicação, o Inter tornou um grupo de muitos jogadores qualificados, num bom time de futebol em que as individualidades com bom potencial formam uma equipe coletivamente forte. Um time que por perder muito tempo, não terá conquistas ao final desta temporada. Mas que a custa de muito trabalho e trabalho bem feito, terminará a temporada em alta, tendo vencido todos os clássicos que disputou, com vaga na Libertadores e com boas projeções para o próximo ano. Graças a esta retomada e ao tipo de trabalho que se faz no Beira-Rio, agora se vê um time em campo. Um time com padrão e com identidade, com propostas claras e com demonstrações de que houve treinamento, houve repetição e houve preparação para o atleta fazer no jogo, o que ensaiou no treino.

O Grêmio, ao contrário, é um time de individualidades com potencial que, juntas, não têm uma cara de time, nem um trabalho coletivo bem estruturado, com uma proposta e estratégias de jogar bem definidas. Não dá pra dizer que é um amontoado. Mas dá pra dizer que não se vê no campo o resultado do trabalho feito durante a semana. No caso do Inter, o trabalho desenvolvido no CT fez os bons jogadores renderem tudo o que podem. No caso do Grêmio a falta de (um bom) trabalho, torna as individualidades menores do que poderiam ser.