A Semana Gre-Nal, tempo sagrado dos gaúchos, prepara os times, atiça a rivalidade e aquece o clima para o maior clássico do mundo
O gaúcho é um povo apegado às suas tradições, à sua cultura e ao cultivo de seus valores. A semana farroupilha, que celebra a Revolução que ajudou a escrever a história de um povo aguerrido e bravo é um destes exemplos. Mas a semana farroupilha, tempo sagrado para o povo do Rio Grande, é celebrada uma vez ao ano apenas. Diferente de outra semana, tão sagrada, tão cultuada e tão carregada de sentimento bairrista, quanto. Trata-se da Semana Gre-Nal.
Quem nem sempre dura uma semana inteira, mas é sempre aquele período que antecede o maior clássico do mundo. Ao menos para cada torcedor de Grêmio e Internacional, que vê neste confronto secular, não raro, mais importância do que enxerga no próprio campeonato. Neste exato momento mesmo, as terras pampeanas começam a experimentar a semana que antecede o clássico 443, que será realizado no Estádio Beira-Rio.
O primeiro clássico do ano realizado no Rio Grande do Sul depois das enchentes que assolaram no estado é marcado por dois times em tímida ascensão. Muito distantes de posições que sejam condizentes com sua grandeza, com ambições apáticas e quase constrangidas no Campeonato Brasileiro. O Inter joga por vaga direta à próxima Libertadores. Ficar entre os 4 primeiros da competição seria uma façanha.
O Grêmio joga por sepultar uma já pouco ameaçadora possibilidade de queda à segunda divisão e por se consolidar no meio da tabela. Para um ou para outro, sob a ótima apenas da matemática, perder ou ganhar pouco muda suas ambições. Mas o clássico Gre-Nal é um campeonato com vida própria e com consequências que ignoram a matemática. Ibsen Pinheiro, dentre suas célebres frases, ensinou: “Gre-Nal arruma ou desarruma a casa”. Portanto, a Semana Gre-Nal prepara os times, entesa o torcedor, atiça a rivalidade e aquece o clima para o maior clássico do mundo. E, inegavelmente, para um campeonato a parte que, a esta altura, talvez valha mais que o próprio Brasileirão.
Notícias relacionadas
A Dupla Gre-Nal acordou
O Inter acordou do sonho. E o Grêmio despertou o pesadelo
Por Luciano Almeida
Uma grandeza que diminui
Há pelo menos três décadas um gaúcho não ganha um Brasileiro. E a julgar pelo que se vê, este cenário não provoca mais do que resignação
Por Luciano Almeida
O fim de uma relação
Se o fim de uma relação, qualquer relação, nunca é prazeroso, a forma escolhida pode provocar ainda mais dor, trauma e incontáveis estragos
Por Luciano Almeida
E se…?
E se... duas palavras inocentes que, colocadas juntas, lado a lado, têm o poder de nos assombrar a vida (ou a temporada) toda