CLIMA

Primavera deve ser de chuva dentro da média na região

Publicado em: 24 de setembro de 2024 às 14:42
  • Por
    Portal Arauto
  • FLORESCIMENTO DO IPÊ AMARELO MOSTRA CLIMA PRIMAVERIL | GRUPO ARAUTO
    compartilhe essa matéria

    No Vale do Rio Pardo, previsão fica em torno de 400 a 500 milímetros em três meses, atesta agrometeorologista Marcelino Hoppe

    Na semana em que começou oficialmente a estação das flores, a Arauto News entrevistou o agrometeorologista Marcelino Hoppe, que faz uma projeção da previsão de chuva e do clima na região durante a primavera.

    MARCELINO HOPPE FALOU SOBRE O CLIMA PARA A REGIÃO | EDUARDO WACHHOLZ

    A primavera que iniciou deverá ser normal no Vale do Rio Pardo, dentro de uma média dos últimos 30 anos, assegurou Hoppe. Diferente do Brasil, que nos meses de setembro, outubro e novembro terá menos chuva que o normal. Para Santa Catarina e Paraná, especificamente, a projeção indica chuvas um pouco abaixo da média.

    A característica normal para a região seria chuva de 400 a 500 milímetros em três meses, “o que é interessante na agricultura e não é problema maior desde que não venha concentrado”, frisou. Hoppe alertou para a previsão de chuva intensa no Sul do Estado tem previsão entre esta terça-feira (24) e quarta-feira (25), mas não deve chegar no Vale do Rio Pardo porque há um bloqueio da frente fria na direção do rio Camaquã, impedindo que tamanho volume de precipitação chegue para cá.

    Essa previsão de 200, 300 e até 400 milímetros em dois dias para a região Sul é muita chuva, reforça ele. O sistema de drenagem urbana suporta 50 milímetros por dia, e ela acontece sete, oito vezes ao ano. Mas chuva acima de 100 milímetros num dia dá mais transtornos, ainda que costume ocorrer a cada dois, três anos. O que aconteceu em setembro do ano passado e abril e maio deste ano foram bloqueios, explicou o agrometeorologista. Massas de ar ficaram no Estado e não se deslocaram para outras regiões como Santa Catarina, Paraná e Centro-oeste, o que ocasionou esse problema da enchente com reflexos duradouros.

    La Niña vem?

    Marcelino Hoppe detalha que está se desenhando a volta do fenômeno La Niña, com 60% de chance de começar em outubro, reduzindo a chuva no Sul do Brasil, mas a situação ainda não está confirmada. Portanto, para o verão, não se pode atestar a chegada da seca.  “E se vier, a tendência é que seja um fenômeno mais fraco”, acredita ele.

    Apesar do volume de chuva regular previsto para o verão, cerca de 400 milímetros em três meses, o balanço hídrico entre o que chove e evapora empata, informa. Mas fica o alerta para a agricultura: com temperatura de meio a um grau acima do normal, e no verão tem a época de floração da soja e do milho, as plantas precisam 20% mais de água do que evaporam para garantir uma safra cheia. Por isso, acredita que “não devemos ter recorde de safra”. E recomenda ao produtor que planeje a época de semeadura para fugir da floração no período crítico de estiagem, se é que vai chegar.

    Leia também